terça-feira, 26 de julho de 2011

Motoacampada Só para Loucos II

Serão realmente loucos ou apenas indivíduos que tem uma visão alternativa da realidade que outras pessoas que não enxergam além de seu próprio nariz, não têm? Não sei. Só sei que agora sou louco também. A vida muitas vezes reluta em nos permitir, mas o destino é implacável. Por mais que no ano passado problemas com a moto não tenham deixado tornar-me um integrante desses poucos, este ano dei um drible nela, coloquei minha camisetinha do Uruguai para fazer valer a minha torcida e na manhã de sábado me dirigi ao insano acampamento. Fui só, pois o Tonsor já se encontrava na insanidade. Em meio à viagem, no trevo de Arroio Grande, encontrei-me com amigos do Sem Destino de Pelotas e Estradeiro III Poderes de Rio Grande.
Sempre digo que quando você viaja de moto você apenas pensa estar só, mas nunca está realmente só. Muitos me perguntam por que não combino as viagens e respondo: Acho que o verdadeiro sentido, o que me traz uma verdadeira emoção, é a incerteza do que vai se encontrar ou acontecer, é a aventura se desenrolar naturalmente e esperar o que Deus me traz de bom pelo caminho, é ter fé. Então seguimos caminho realizando  uma tranqüila viagem até Jaguarão. Chegando lá minha vontade era correr pelado e gritando mas minha timidez não me permitiu, esta bem, sou louco mas tímido fazer o quê, né? Era muita felicidade, eram muitos os amigos. De cara o Arthur Cigano me dá as boas vindas, com ele o Miotto que estava numa disputa de chegar primeiro que eu no evento, chegou na terça o safado e me pentelhou todo o evento, mas nem vou dizer o porquê, não adianta.
O Mário, aquele mesmo, também tava lá me dando uma ajuda moral pra armar a barraca, no bom sentido é claro. Bandeira hasteada, moto encostada era hora de procurar os anfitriões. O Segóvia mal se via, o Didi só ria. O Tonsor feliz pelas peças que conseguira para sua adorada agrale e eu ainda tinha um problema: a festa coincidia com uma avaliação de meus estudos e à tarde teria que me ausentar. Foram amargas horas longe dos que eu queria estar perto, uma pena. Mas a noite era uma criança e as atrações principais ainda estavam por vir. De volta aos raros, me sentei para um bom papo com o Castrinho e sua esposa, além do Estradeiro e do Mauro, além ainda, do Luciano Cigano. O Cubilla e o Nike tinham um sorrisão lá nas orelhas por minha camisa uruguaia. Dali fomos ao jantar e enquanto esperávamos, o Didi nos tranqüilizava: "Meninos o jantar será logo servido, será algo entre nove da noite até as cinco da manhã não se preocupem!" Hahaha, quem estava preocupado amigo Didi, estar com vocês era o que importava. O Didi ainda dava explicações: "Aqui meninos nós não somos a organização, nós somos a desorganização!" Rapaz, não temos do que reclamar o nome do encontro já institui a essência dos amigos presentes quem não está de acordo que reveja seus conceitos e procure estar no lugar certo para si. O meu? Era estar lá, saboreando aquela deliciosa feijoada, com  aquele gostoso arrozinho soltinho mais aquela carne de panela que desmanchava ao toque do garfo, lambuzando-se todo com as espigas de milho do feijão além ainda de fartar-se de enormes galletas uruguaias. Quer melhor que isso?? Ainda teve. O Punk, amigão nosso de estrada e de longa data, puxa o Rock’n Roll que tanto amamos e a noite pega fogo. Punk, tá de parabéns irmão teu som é de primeira! Logo após entra em ação a banda da cidade de Bagé, a Morphose, que nos brindou com uma interpretação de "ace of spades" fiel ao bom e velho Motorhead, vibramos muito num lugar reservado diferente, o piano. Era eu, o Bruno e o Tonsor. Eu segurava o piano pra não cair, os outros dois faziam danças sensuais em cima dele pra agitar a galera, nisso a Black Out encerra a noite com grandes clássicos que nos levaram ao delírio, eram três e meia da manhã e a gente não queria deixá-los parar... Dormi pouco mas aproveitei muito. Encerrada  a noite, joguei os dorme-sujos no chão da barraca e me fechei no saco de dormir, ainda ouvia a voz do Segóvia bem de longe e o barulho dos portões fechando o pavilhão. Acordei e uma luz branca invadia a barraca, era uma cerração danada, uma garoa e um ventinho gelado na nuca. Depois de se espreguiçar e agüentar a noite toda o Tonsor roncando na outra barraca eu e ele fomos ao Rio Branco fazer umas comprinhas básicas. Feliz, o Tonsor ia cantando pela rua e eu guardando aquilo como algo inesquecível. As ruas por lá enfeitadas, tava bonito mesmo de ver... Ainda almoçamos com o pessoal de Jaguarão e consolei o Miotto que estava bastante triste, com a morte da Amy, até citou o fato em seu discurso antes dos shows: "era uma louca como nós todos aqui". Depois de bons papos e um ótimo solzinho, à tarde, além de babar na Cbzona 88, recém comprada do amigo Bruno, eu e o Tonsor retornamos para a querência. Enquanto isso o Uruguai sagrava-se campeão da América em cima do Paraguai. Parabéns hermanos, eu sou pé quente. Me resta nesse momento agradecer a tudo que nos foi proporcionado neste evento, é uma festa que retoma as origens do nosso motociclismo. Algo simples onde todos são irmãos, as motos são admiradas por estarem ali e não pelo seu valor em dinheiro, é o velho espírito de estrada, a verdadeira essência da liberdade. Parabéns ao Segóvia e ao Didi por sua determinação e a todos que os ajudaram. Obrigado por nos receber tão bem. Fica a doce lembrança. Essa imensa paixão de estar junto, de estar na estrada, essa ânsia de viver ao vento é somente para os raros, é só para loucos.

Vandres/ Japa Galeiro - Unidos pela Máquina Herval-RS e Galeiros Brasil.

Confira também no Inema e no Moto Taubaté:















quarta-feira, 20 de julho de 2011

É nesse find!! É só para loucos!!!

Nesse final de semana acontece um dos mais loucos motoacampamentos da região sul o "Só para loucos" organizado pelo não menos louco amigo Segóvia, participe!!