Um Homem sempre carrega a dor de
suas conquistas e perdas. Mas leva consigo também a felicidade de poder ir em
busca de suas emoções, de seus sentimentos, daquilo que verdadeiramente lhe faz
vibrar. O resto é resto. Mesmo o tempo ruim não lhe impõe medo. Pensa que é só
papo? Deveria ter vindo comigo! Quando coloquei todo o meu amor na garupa e pedi
a Deus que estivesse conosco e saímos em busca de aventura. Quando as nuvens e
o vento estavam em briga e teimavam em tentar atrapalhar o que há de mais puro
que é o amor e a amizade. Queria nos privar da liberdade e não conseguiu.
Percorremos os 100 kms que separam Herval de Jaguarão entre chuvas esparsas,
trovoavas e temporais de vento. Poucos pingos acariciaram nossos corpos e a
velha CB que me deu trabalho um dia antes com a sangria de seu freio se
mostrava imponente diante da adversidade. Feliz fiquei, em ver os amigos de
Jaguarão lá na recepção. Entre eles estava o Macaquinho, todo sorridente. Pude
matar a saudade da Lu Gomes que estava com sua bela Fazer azul Yamaha... E
ainda me deliciar com um churras de primeira!! Parabéns aos assadores!!! Os
ventos pioraram e no meio do temporal chegamos à casa da dinda da Simone.
Depois de uns bons beijos nela e um grande abraço no primo Jairo fomos apertar
as bochechas da amiga Rosane lá no trailer. Nisso enquanto aguardávamos a
grande atração da noite, vieram nos encontrar os amigos Leopoldo e esposa e o
amigo Bernardino. Juntos, traçamos nossa bela noite. Dali, foram dar um giro e
nos perdemos. Chegada à hora, senti aquele friozinho na barriga... Cara era a
Acústicos e Valvulados que iria tocar meu!!! No ano em que comprei a CB tinha
comprado também um disco dos caras!! Era o que mais escutava na época, então
simplesmente para mim era a confirmação de que meu passado e presente sempre
caminham juntos e não se renegam esperando o futuro onde tudo se explica e se
faz real. Velho, foi de arrepiar!! Muito “gente fina” o Rafael Malenoti e todos
os outros integrantes. Vivemos um sonho naquele momento, vivi minha vida!! E
isso era só sexta ainda. Fomos dormir, eram pelo menos umas três da manhã...
Quando acordei foi aos beijos de meu amor com um doce feliz aniversário... De
minha paixão ganhei uma bela toalha do Grêmio, linda como ela, de Jaguarão
ganhei o Motofest, cara o que poderia querer mais??? É tudo que amo, é tudo que
quero!!! É meu mundo novo, é a felicidade em minha frente é o amor dentro do
coração. Passamos a manhã com a dinda e pela tarde fomos ser felizes. Muitas
motos, muito barulho de ronco de motor!! Muitos abraços dos amigos e a saudade
cada vez mais distante de todos nós. Vi o Mário, aquele mesmo! Até o
Homem-Aranha embaladinho a vácuo andava lá. Vi tantos amigos, não vou conseguir
citar a todos. Silvano, Dirlei, Patrício, Mirapalheta, até o filho do Isnar. O
Sebástian com a família, que bati um baita papo e matei uma velha saudade... Mais
o meu grande e velho amigo Manuel Tatá. Juntando o grupo passei a tarde com o
Tonsor e o Jordano. Colocamos a bandeira que mais tarde rasgaram, uma pena.
Fomos dar mais um beijo na dinda para logo após curtir o tão esperado show da
Só Creedence e Alto Risco. Assim mais tarde deixando a dinda toda babada fomos
curtir o restinho da noite. Encontrei o veinhu do Grill que havia prometido pra
minha mãe que o encontraria pois ela tinha tirado uma foto dele e de sua moto
para me mostrar e registrei essa nova amizade com um belo abraço! E a Alto Risco
pulava... e o som da Só Creedence rolava... Fo... demais!! Do ca..... mesmo!!!
Era o motociclismo em nossas veias!!! Cara isso é se sentir feliz, isso é se
sentir livre!! Isso é ter asas e voar alto!! Bom som, amigos, motos e Rock in
Roll! Meu e tem gente que acha que conhece a felicidade, ficando agarrada a
dinheiro, coisas materiais, vaidade e nada que é de verdade... Meu Deus tende
piedade daqueles que não sabem o que é a verdadeira liberdade!! De material
apenas a moto porque nos leva a amizade, ela é símbolo disto. Curtimos sentadinhos lá em frente à praça de
alimentação, atracadinhos nuns belos crepes até as quatro da manhã. Saímos e
deixamos um grande beijo na amiga Rô que fechava seu comércio. O Tonsor ficou
lá curtindo. Dizem que tinha muita fiscalização até o tio da esquina que vendia
nosso último lance naquela noite tava preocupado, pois se assoprássemos o
bafômetro daria altos índices de açúcar da quantidade de algodão doce que nos
deliciamos... Fomos dormir. Quando acordei tava com ressaca de glicose.
Passamos um pouco com a dinda e fiquei esperando que o Tonsor me ligasse pois
poderíamos ir todos juntos à lagoa. Realmente me ligou. Só que não foi ele e
sim a Aninha. Devo ter ficado pálido ao saber da notícia, gelado sei que
fiquei. Os dois haviam se acidentado próximo a Herval. Haviam retornado antes,
sem combinar e um animal cruzou repentinamente a via e os havia derrubado.
Cara, passou um filme em minha cabeça, me reorganizei e orientei a Aninha,
liguei para meus pais e amigos próximos a Herval. Velho Airtão conseguiu
socorrê-los. Quando cheguei a Herval a tia Erli me disse que eles estavam bem,
mas o Tonsor sempre o mais arteiro tava mais machucado. A Aninha nos telefonou
e nos tranquilizou. Agora aguardamos a recuperação desses dois maninhos. Tenho
ligado, pois ainda não pude ver meu querido e velho irmão de estrada. Continuo
rezando sempre. Com muita fé por meus amigos. Na vida real nem sempre a
história acaba bem, seria melhor se não tivesse ocorrido este imprevisto, mas
graças a Deus, Ele os manteve conosco. Fica aqui um grande agradecimento a
todos de Jaguarão, aos organizadores por mais um belíssimo evento, à tia Erli e
o Airtão por estarem sempre prontos para ajudar e a Deus por nos proteger
sempre em nossa longa estrada de amor, amizade e liberdade.
Vandres/ Japa Galeiro – Unidos
pela Máquina e Galeiros Brasil.
FOTOS INEMA: http://inema.com.br/Albuns/0099196/