Acordar cedinho, espreguiçar-se, pensando nos amigos. Dar mais uma cochiladinha de meia hora e aí sim, passar a mão nos alforges, no dorme sujo e derrubar a nega veia da cama. Preparar a velha XLX 88, a Gisele X, e rumar ao 6º Moto Integração em Bagé. Tudo isso para dar um abraço nesses amigos. Esse é o valor da amizade. É entender a cada um, mesmo em cada uma, de suas adversidades. Partimos com a certeza que a estrada não era das melhores, mas fazer o quê se é assim que a Gisele gosta? Caminho em extremo mau estado de conservação, de Herval a Pedras Altas tava muito difícil trafegar. A Gisele adora.O bom e velho atalho para Candiota é que surpreendeu, tava perfeito. Tudo para a velha XLX parecia asfalto. Danada e como bebeu, gosta de uma gasolina essa safada ,mas o interessante é ir a encontro fazendo Cross. No posto do trevo de Candiota encontramos o amigo Estradeiro Piratiniense da Sahara, famoso Zé da Patrola que nos acompanhou até o nosso destino mas como tiramos algumas fotos no portal ele continuou e o perdemos. Chegando a Bagé encontramos alguns amigos que nos direcionaram ao evento que estava muito bem organizado. Vários estandes, amplo palco para os shows, praça de alimentação e ainda grandes pirâmides para as motos estacionarem. O Capincho nos encontra e nos abduz para a casa do César e da Rita para comemorarmos o níver do Clã, moto grupo do amigo Capincho.Nem preciso dizer que o almoço foi maravilhoso. Churrascada, carreteiro e saladinha exótica que o só o tio Capincho sabe fazer! Estabelecidos, fomos ao evento abraçar mais amigos. Alguns como o Serginho, o Othero, o Medina, o Ari, Mário Loco, Segóvia, o gordinho do Arroz, putz e mais uma cacetada de amiguinhos fomos encontrando. A estas alturas as motos imperavam. Aproveitei que a concessionária da Yamaha andava por lá e fui fazer teste drive na XT 660. Meninos que moto, fiquei perigando virar a casaca. A Giselinha tava toda enciumada. Entre muitos sorvetes, sucos e coca-colas pra agüentar o calor e hidratar o corpinho, fomos ver o show da equipe do Jorge Negretti. Show realmente impressionante, o que víamos sempre em campeonatos pela TV assistimos ali, ao vivo. Manobras como Hard Attack, Superman e outras de extremo risco podemos presenciar. Enquanto isso o rock rolava com várias bandas que tocavam por lá mas só conseguimos chegar na Blazer Brothers que fez um show inesquecível num maravilhoso tributo ao Raul.Ouvimos sem precisar gritar toca Raul. Era povo, era gente, éramos todos nós embalados por um mesmo ritmo, o da liberdade. Cansados retornamos a casa dos queridos amigos César e Rita e descansamos até o outro dia. Levanto, calmamente arrumo as coisas e vou até a Gisele e tomo um susto... Rabeta, sinaleira e placa danificados! Putz o que teria acontecido? Me grita o Salu lá de cima do sobrado: “ Cara desculpa minha Transalp caiu em cima da tua moto. Bah, nem era só pela questão de valor mas sim, sentimental. Foi um mês e meio de árduo trabalho de restauração no ano passado, eram pelo menos de seis a nove anos parada, parecia que minha moto havia fugido do ferro-velho mas a deixei como de loja. Com minhas próprias mãos. Dava tristeza de ver ela daquele jeito. Mas vou confessar uma coisa... Saber que uma moto de 700cc, de uns 200 kg de peso, de pelos menos uns quarenta mil reais esteve estirada no chão depois de ter caído por cima de uma veinha de 25 anos, já bem antiguinha, e ela ter se mantido ali imponente sem sequer ter se mexido... Não tem preço!!! Hahaha!Fiz o que pude para firmar a traseira, coloquei as bagagens, a nega véia e retornamos ao querido Herval. Pelo mesmo caminho, pelas mesmas histórias. Ainda encontro os velhos amigos Romeu e Lu Gomes no trevo de Candiota, fazendo com eles outros novos e bons amigos. No meio do atalho paramos para um lanchinho a sombra de uma acácia negra, no meio do nada e com uma vista maravilhosa acenamos a amiga Parceira do Asfalto que passa por nós e pergunta se não estávamos “empenhados”, digo que não e tudo continua como deve continuar, em movimento. Não devemos parar, motociclistas precisam rodar, motociclistas precisam encontrar seus amigos. Porque hoje ainda é tempo... tempo de se falar de moto. Um bom tempo, onde nada pode ser maior que o nosso sentimento de amor e liberdade, de paz e amizade. Agradecemos aos amigos de Bagé por mais esta oportunidade, por seu belo evento e se Deus quiser nos encontraremos de moto, mais uma vez.
Vandres/Japa Galeiro – Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.
Fotos:http://inema.com.br/Albuns/0099091/
Nenhum comentário:
Postar um comentário