Não dá pra explicar a emoção de acordar em dia de
motoencontro. É algo como dormir com um sorriso no rosto e acordar com o
coração em festa, um arrepio em todo o corpo. Enquanto procurava lugar para
ficar, os amigos galeiros me encontraram e já combinaram como iríamos nos
alojar. O alvo era a mãe Cabiluda. Ficamos acertados eu, o Cabiludo e o Galo da
Madrugada. A viagem foi bastante pesada pois o trânsito afunilava-se entre as
obras da rodovia mas graças a Deus chegamos bem. Estranhamos não haver recepção,
que é uma das marcas registradas do Moto Lagoa. Ao tirar a foto do portal
fizemos novos amigos, vindos de Santa Catarina, mais precisamente de São
Lourenço de lá. Os amigos confidenciaram que já me conheciam das aventuras que
conto, pois quando procuravam informações sobre o evento se depararam com elas.
Seguimos e fomos desvendando o evento. Ao penetrá-lo nos deparamos com o Mário,
isto mesmo, o Mário Cica amigo e organizador do evento. Também vimos o Alemão
viajante, o Buda Legionário, o Jajá, o Wolney de Pinheiro Machado e esposa mais
o Estradeiro Três Poderes e alguns amigos castelhanos. O gato maldito não
andava por lá mas tirei foto com o Cachorro Louco de Farroupilha e até o
amiguinho Miller vi por lá. O calor era forte e aumentava enquanto matava a
saudade do amigo Bayano, da Lu Gomes, do Nelson e esposa mais a Débora. Ríamos
da brincadeira que fizeram com o pobre amigo do Bayano onde disseram que o nome
da escuna era “pinto”, o pobre castelhano só queria andar no “pinto”. Acredito
que depois desfizeram essa maldade. Mas o papo seguia e eu, a Lu e a Simone só
falávamos em moto, coisa que ninguém devia se lembrar ou falar por lá, né? O tempo começava a dar uma estragada e
decidimos procurar os amigos galeiros. Ligo pro Michel Cabiludo e já me dá a má
notícia que não havia podido ir mas que o Márcio, o galo da madrugada tava
aqui. Liguei pro Márcio ele com aquela voz de “bem dormido” me dá as
coordenadas para a mãe Cabiluda e entre um passa e volta, chegamos ao nosso
destino. Lá finalmente conheço a mãe Cabiluda que desfez uma confusão antiga
que eu havia feito em outro momento. Dou um abraço nos irmãos que lá estavam e
nos entregamos a um ótimo papo e uma boa matada na saudade. Conheço o
Bartolomeu o “enorme” cão de guarda da família, fiquei feliz pois nossas motos
estariam seguras. Depois de papear bastante fomos dar jeito na churrascada. Se não
é a mãe Cabiluda não havia churras pois sem as bolinhas de jornal que só ela
sabia fazer aquele fogo não saía de jeito nenhum, não é Alemón Roberto? Foram
inúmeras tentativas frustradas de jogar azeite, wiski, álcool, gasolina,
dinamite e até o bastão de mexer a brasa e nada teve efeito... Há quem diga que
o pratinho do Bartolomeu é que deu o verdadeiro resultado, bom aí não sei... Sei
que um fulano muito do sem coração quebrou o pratinho e o pobre Tosinho nem
comer queria mais. Logo após de se deliciarem com o assado do melhor assador
galeiro dos pampas gaudérios fomos curtir o finalzinho da festa lá no Largo da
Cruz. Encontramos o restante da galeada, entre eles o Paulinho, o Celito e o
Tibúrcio. Nisso ainda consigo dar um abraço no Capinchinho, no Cézar e na Rita
e quase que a Caborteira me escapa mas consegui abraçá-la também. Curtimos a Só
Creedence, sentadinhos romanticamente, eu e a Simone a beira da lagoa. Entre um
suquinho e outro e vários carinhos fomos fechando a nossa noite. Fui dar uma
verificada na moto e me deparo com a gurizada perto da gente, então decidimos
ir dormir. Lá na casa cabiluda tava uma farra, era só gente famosa: tava o Galo
da Madrugada, vocês sabem, aquele bloco carnavalesco mesmo, o Alemón, o Vin
Diesel e até o tio do American Pie, que está sempre a aconselhar. E claro a
mais importante que todo mundo a mãe Cabiluda, que é mãe do Cabiludo. Só podia
né, a casa era dela como não ia estar? No outro dia, ela ainda nos proporciona
o café dos fortes, vide fotos. Assim nos despedimos todos em meio à amizade. Os
guris seguiram na frente, eu como iria em sentido contrário ainda dei uma
passadinha no evento me despedi dos que vi, entre eles o Banri e o Cica e mais
alguns dos guerreiros e retornei estudando o tempo com muita paciência pra não
tomar aquele banho. Chegamos bem e ficamos com a saudade de tudo e de todos.
Agradeço muito a Deus por mais esta viagem, agradeço aos Guerreiros do Asfalto
pelo bom evento, ao Michel por ter me auxiliado pelo fone, ao Márcio por estar
sempre pronto pra dar as coordenadas, ao Seu Braga, Roberto e ao Cristian pela
ótima companhia. E a uma pessoa que não podia deixar de citar e que amei muito
conhecer fica todo meu agradecimento pelas risadas, carinho, estadia e
hospitalidade que é a dona Cristina, a mãe Cabiluda. A senhora é uma pessoa que
não ficará mais em casa, mesmo que queira, pois estará sempre viajando comigo
em meu peito. Deus haverá de nos dar muitas novas oportunidades de nos
encontrarmos, certamente. Vamos rodando, de moto, até lá!