Era sábado, um grande dia e um
enorme sorriso no rosto. Tenho um amigo conhecido como Turco Loko que
aniversariava neste dia. Um cara fora de série, extrovertido, feliz e sempre de
bem com a vida, gente boa mesmo, de um grande coração. Há um bom tempo havia
guardado este convite. Tudo pronto, fui
dar a partida na CB e o frio fez a bateria arriar... Um pouco de paciência e
tudo certo. Saio aquecendo o motor pela cidade e já avisto os preparativos para
as festas juninas lá na frente da igreja, chego ao asfalto e começo a ser
feliz. O vento estava maravilhoso
naquele momento e tudo que diminuía meu sorriso ficava para trás. Nisso, mesmo
com um céu azul, uma leve garoa deixava suas lágrimas em meu capacete parecendo
que o céu chorava comigo minhas dores e a saudade. Mas a cada quilômetro
percorrido elas deixavam de existir. Quanto mais rodava, mais o dia ficava
bonito. E via os carros, as motos passando, as obras pela estrada, enfim, o
grande movimento do final de semana. A grande complexidade de tudo. Chego ao
local e na entrada, lá estava demarcando o evento a bandeira do Peñarol. Gostei,
tenho simpatia por este time. Vou entrando e avisto a fumaceira a campo e os
amigos reunidos. Feliz, vou abraçando o Turco e todos os amigos que estavam lá.
Nisso, ele vai me apresentando o sítio Boabaid e me aproximando da
churrasqueira. Lá estava o Juan comandando o delicioso churrasco regado a uma
boa cerveja e uma nutritiva cachaça medicinal. Tinha até uma vodka bem
preparada que nos deixava com um sorriso sem igual. E lá ia um pãozinho, vários cortes de
salsichão, ainda se esparramava por ali uma deliciosa ovelha, um espinhaço e um
baita costelão. O que poderia querer mais? Ali nada mais, estava perfeito, mas
fora dali só dar um abraço apertado e muitos beijos na minha amiga Jê. Já se
passavam pelo menos mais de seis meses, apesar de não parecer muito, para quem
ama é uma eternidade. Entre tantos papos,
entre tantos sabores o Juan recolheu a bandeira e o pessoal começou a partir,
me vem o Índio e chama o Turco: “Quê acabou o evento?” O Turco Loko de
brincadeira diz que sim, eu bobo saio acreditando, paro tudo e ligo pra Jê
combino a tão esperada visita e sinto nela um sorriso sem fim. Os guris
desfazem a brincadeira mas já era tarde já me via montado na CB e ao lado do
Nelson rumamos à Pelotas, contornamos a Fenadoce e nos dirigimos calmamente à
querida Jê. Fiquei triste sim de deixar os amigos sozinhos lá no sítio, mas
soube depois que o Cezinha e o Buck agitaram muito por lá não deixando a peteca
cair. Abandono o Nelson e sigo sozinho ao encontro de minha amiga, quando dou por
mim já estou nos braços dela. A minha querida Lora, que soube com seu lindo
sorriso me conquistar e acalmar meu coração que andava tão machucado, acabou
com meu orgulho ferido com o toque de suas mãos. Nada como seu abraço, o calor
de seu afago e ainda mais seu doce coração. Ah, como não lembrar da simpatia da
Dona Loiva ou das várias partidas no Xbox360 com o Henrique, do delicioso bauru
aberto, de ter visto a conclusão de sua casa, de ter puxado o rabo do gato que
era gata e da “caliente” guerra das toalhas, de dormir vendo o cartoon e de ver
o teu semblante tão triste com minha partida. Daquele abraço enquanto tuas
lágrimas escorriam pelo meu peito. Apenas de tristezas não quero lembrar, quero
ficar com o sorriso de quando tive teu rosto em minhas mãos e o beijei te dando
a certeza de que um dia retornaria. Atravesso uma Pelotas diferente, mais
tranqüila, de uma leve manhã de domingo, lindo passeio. Volto lá pro Turco pois
ainda tava prometido um grande almoço. Chego e lá tava ele com aquele sorrisão
maroto de quem fez arte na noite e que ia aprontar mais. Enquanto chegava o
Gilmar, íamos, só no filezinho frito, um bom matezinho e as biritas de sempre
para quem podia. Chega o Buck, o Índio escova os dentes, faz discurso e o Juan
que chegou por último junto com o Batista prepara a sua especialidade, um
maravilhoso carreteiro de panela de ferro e fogão a lenha. Entre risos e
causos, ensinamentos e orgias, a tarde acabava e o coração apertava. Abraço o
Turco, me despeço de todos e rumo para a querência, ainda passo pela Fenadoce e
vejo a impossibilidade de entrar. Saboreio o vento de uma tranqüila viagem,
avisto o Herval, dou uma passadinha na Rosane para contar as aventuras e lá
também aparece o Tonsor. Já que preferiram ficar em casa, decido encerrar a
viagem no famoso Cafuncho, lá encontro mais amigos pra finalizar com muita
alegria meu inesquecível final de semana. Assim com a Tatiana, a Fabiane, a
Daiane, o Cassiano e o Omar rimos da noite e de nós mesmos. Pra mim, isto é o
que me mantém vivo e faz ser quem sou. Sem isso nunca seria completo e
certamente infeliz, morrendo pouco a pouco com o passar dos dias. Chegou a hora
e os deixei, descendo pela rua XV até minha casa. Um beijo na mãe, outro no
pai, lá descansei com a saudade e com a esperança de num outro dia poder sonhar
mais uma vez.