E há pessoas que não entendem, simplesmente não compreendem,
que a gente quer viver nada mais que nossa própria vida, que nossos próprios
sonhos em nosso próprio lugar. Por isso levantei cedo com os olhos voltados
para o horizonte e o coração repleto de amor, feliz por bater em um novo
amanhã. Quero respirar fundo e bem forte, erguer minhas mãos e sentir a energia
do sol radiante, pô-las bem firmes no guidão de minha moto e ir atrás de mais
uma aventura almejando novos e velhos amigos nos próximos quilômetros que
virão. XlX encilhada, vento soprando na cara, era hora de partir. A Simone e
seu lindo sorriso iam comigo. A ansiedade em rever a todos também. A velha
Gisele ia se comportando bem, dando trabalho ao amigo Eduardo para nos
encontrar. Já bem próximos a Jaguarão nos encontramos na estrada. Como todo bom
louco, fui fazendo cross pelo asfalto. Chegamos e o acampamento estava montado.
Velhos amigos fomos encontrando e matando a saudade. Ficamos admirados com a
beleza do local, onde o evento foi muito bem acomodado. Era lá na Associação
Cruzeiro Jaguarense, local lindo mesmo. Reunimos nosso grupo, onde estavam o
Eduardo, o Carlito e o Airtão. Passei a responsabilidade da bandeira ao Seu
Carlito. E fomos ver as motos, o movimento e tudo o mais que estava ali, fomos
nos sentir mais leves, mais livres e sorrir incessantemente pela grande alegria
em viver a amizade. Eram muitos moto grupos. Os Amontoados já preparavam seu
tradicional churrasco a "moda loco" e o cheirinho ia tomando conta do
local, nós íamos nos encaminhando pra muqueca que preparavam a todos
visitantes. Depois de longos papos, fomos visitar a família e amigos da cidade.
Quando retornamos nossa amada Rosane nos esperava para mostrar a moto nova.
Moto nova, vida nova, novas possibilidades e infinitas aventuras. Entre muitas
risadas encontramos o enigma do motociclista que levava seus ovos pendurados na
rabeta da moto. Ninguém soube explicar aquilo. Fomos com a Rosane tomar um
cafezinho bem gostoso, quebrou o gelo daquela fria tarde. A noite ia chegando e
fomos jantar. Um delicioso arroz carreteiro foi servido acompanhado de um
também delicioso arroz com galinha e feijoada feitos pelo nosso querido amigo
Capincho. Nisso iam ocorrendo os sorteios, os trofeus iam sendo entregues e o
rock rolava. Muitas coca-colas depois, aguardávamos a banda que faria o show
que entre um uísque e outro iam afinando os instrumentos. O cansaço ia nos
consumindo, e um temporal que vinha se aproximando fez a gente se recolher mais
cedo. No outro dia o cafezinho com bolo da dinda nos revigorou e enquanto ia
preparando a velha guerreira Gisele, combino com o Eduardo o nosso retorno.
Assim na manhã de domingo retornamos ao nosso querido Herval. Ficamos
eternamente agradecidos pela hospitalidade e simpatia que já é marca registrada
deste evento e dos motociclitas jaguarenses, deixamos nossos parabéns mais uma
vez ao Segóvia, Didi, Silvano e demais amigos que ajudaram na organização deste
belo evento. Bom, por aqui vou me despedindo. Posso dizer que saí, sonhei e
vivi, com a certeza de ser ainda mais feliz. Que todos que gostem de moto
possam rodar e que Deus também permita a todos que tenham este espírito livre,
esta alma liberta, sonhar muito mais além de suas possibilidades.
Vandres/ Japa Galeiro - Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.