terça-feira, 16 de setembro de 2014

1º Alquimia Motofest e Níver dos 10

Eu a abandonei. Deixei-a realmente pra trás. Desisti da culpa. Afinal de contas, ela não era minha mesmo e o que não é meu, não levo comigo. Tentava incessantemente preparar a CB que estava com o pedal partido. Estava cada vez mais próximo o níver dos dez e não encontrava a maldita peça. Quando as esperanças estavam quase esgotadas o amigo Zeca da tornearia ajudou-me na difícil tarefa do conserto do pedal. La pela quinta-feira da semana do evento, no finzinho da tarde, a CB estava pronta para partir. Consegui um conserto provisório até encontrar a nova peça. As previsões é que não eram as melhores e a Simone, que sofreu bastante com infecções respiratórias, esteve até com ameaça de pneumonia, não poderia ir de moto. Fazer o quê, tinha que traçar um novo plano, pois se era da vontade dela estar comigo e isso valorizo muito, não podia a deixar para trás. Talvez as viagens fiquem mais difíceis, não importa, o que importa é o amor. O Manolo a esta altura tinha que entrar em ação. Mas também haviam algumas manutenções a serem realizadas e as consegui na sexta-feira. Ufa, foi por um triz, mas consegui viabilizar a ida no 1 ºAlquimia Motofest. De carro infelizmente, mas felizmente poderia ver meus amigos e isso também é tudo, o bem mais valioso e esplendoroso que habita em mim. Assim passamos a mão no que íamos levar, nos jogamos no Manolo e rumamos ao mais belo sonho. Tempo teimava em ficar feio. Ainda tinha que fazer um pequeno desvio pois havia localizado dois pedais da CB e um se encontrava em Pelotas. O tempo segurou até chegar lá. Peguei a peça e retornei, agora, abaixo do mau tempo. Lavou o corsinha. Chegamos num posto e lá encontro o Eduardo Paizinho, com ele encontro também um dos aniversariantes, o Cezinha, e mais o Casal Tribal. Mais algumas peças garimpadas na lojinha rumamos ao grande evento. A água rolava... Chegamos ao Espaço Alquimia e rolava também a festa. Seu Carlito andava por lá, já havia estendido a bandeira e já fazia o rachão do churras. Fui abraçando o Gayer, o Brucutu e vários outros, sei que por último abracei meu grande amigo Índio. Estava muito feliz com a nossa chegada. Ríamos, matávamos a saudade e confraternizávamos enquanto a carne aprontava. A saladinha de frutas ia sendo preparada e a Simone maravilhada. Havia muita fartura e tudo entregue de coração. A chuva ia e voltava e o tempo implacável não parava. O Juan ia passando trabalho para acender o fogo dos costelões, nós torcendo pra tudo dar certo e se engraxar depois. Admirávamos as motos, abraçávamos mais e mais amigos. Cansados tiramos uma pestaninha no carro, mas dava saudade mesmo era da moto. Preparamos um belo amargo e durante o motociclismo passa o tradicionalismo. Cavalarianos trazendo até o cusco guaipeca passavam por nós. Muito lindo. A tarde ia caindo, a Simone ia sentindo o mau tempo e desistimos de ficar. O Eduardo tinha ido buscar a Aninha. Ao cair da noite começamos   a retornar. Caminho difícil, cerração fechada e pouca visibilidade tivemos que agüentar, mas seguros chegamos em casa. No outro dia toca o celular, a Aninha nos avisa que até serenata com rock nacional um guri muito talentoso tocou por lá e nos deixou com grande água na boca pois disse que os costelões estavam muito saborosos e ainda, que sentiram muito nossa falta. Pena hoje foi assim, amanhã talvez não será. Cada dia uma luta, cada noite um sonho em cada km a emoção e um grande sentimento esboçado num imenso sorriso em busca dos amigos. Hoje pude ver os meus e deixo meus parabéns ao Índio Max, ao Cezinha, ao Gayer, ao Brucutu, ao Sabrito, a Gladys, ao Pertille e ao Henrique Clasen pela passagem de seus aniversários. Que venham muitos outros para assim podermos sempre confraternizar, em harmonia, alegria e bem estar. Feliz por tudo, levo comigo a saudade de dias assim, com amigos, com estrada e paisagens sem fim. E continua o amor, a ânsia por liberdade e a paixão pelas motos, pelo vento e o asfalto. Que Deus permita a nós todos continuar também sonhando com o horizonte, enfim.


Vandres,Japa Galeiro – Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.