E de tudo aquilo que é dispensado, eu me alimento. Emoções
não sentidas, histórias não contadas, realidades não vividas, caminhos não
percorridos. Tudo aquilo que é bom, quero que me encontre. Guardo comigo.
Poucos são iguais a mim e eu os tento encontrar a cada manhã, a cada
oportunidade. Dezenas de estações se passaram e ainda estou aqui, buscando. O
amor, a amizade e aquilo que todos que preferem o comum, dispensam. É ir além.
É tentar tocar as estrelas. Talvez seja culpa das mesmas. Sentir correr nas veias
a liberdade. Mesmo quando te oprimem e te desejam o mal, o importante é não
esmorecer, lembrar que há um ser maior, Deus. Era o que lembrava enquanto
pilotava ao encontro dos sonhos, ao longo da estrada. Movi meu mundo sem quase
sair do lugar. São difíceis os dias de hoje, é muito difícil o caminho que
escolhi. Poucas possibilidades talvez, mas sei usar meus meios e eles alcançam
a todos por mim. Mesmo com o aperto do horário por conta do trabalho, consegui
sair na sexta-feira. Noite linda para se viajar, tranqüila. Chegamos ao evento
e que pena, não consegui estar entre os cinqüenta primeiros para ganhar a
camiseta do evento, mas que bom, sinal que o evento bombava! Encontramos o
Eduardo, o Seu Carlito, o Ademir e a Lorena mais outros amigos aventureiros,
tava o Dagoberto, o gordinho Carlo, até minha colega Ticiane da época da
Universidade eu vi. Pra deixar a noite bem legal juntamos a galera na recepção
onde já encontro o Mira e o Uga-uga e fizemos aquela festa pra uma foto bem
animada! Quando fomos descarregar os alforges lá na amiga Rosane Franco
acabamos nos perdendo no papo e retornamos só no outro dia. Chovia, bastante
mesmo. O local maravilhoso não permitia aborrecimento, pois quem chegava tava
em casa! O Segóvia corria com seus preparativos, nós, num matezito amargo.
Chegam outros amigos que faltavam: Airtão, Dionatan, Róbito, Natan e até o
Helinho com a lendária XLX de apenas 18 mil Kms rodados!!! Nisso também
aparecem os Waguinhos e também a colega Roberta. Vi os guris estacionando suas
motos num cantinho no galpão e aproveitei, moto véia na chuva né, sabe como
é... Entre muitas risadas, muito papo sobre moto rolou. Dei aquela passadinha
na recepção na entrada do município e logo depois fui almoçar. Fomos passear
com a Rosane Franco pela cidade, uma comprinha aqui outra acolá e depois
retornamos ao evento. O rock rolava. A chuva também. Meu olhar alcançava o da
Simone, o dela, a mim também. Encontro o Buda e sua esposa, o Vilsinho e o
Paulão, o amigo Feliz, o Rogério Missa e o Vovô Adão. Fico muito feliz por ver
tão bem a minha amiga Lu Gomes. Como são as coisas, com ela chega o amigo Sidney
Uga e ela me conta uma linda história ocorrida pela amizade entre os dois. Me mostrava
um anel, que trazia consigo um grande significado de amor e amizade. O Sidney
teve um grande amor em sua vida e Deus o resolveu levar. Ganhou o anel, o qual
tinha uma grande caveira em seu centro, dessa amada pessoa antes de sua partida
espiritual e ouviu da mesma a seguinte frase:“ É para você ou a alguém que você
goste muito.” O tempo passou e ele conheceu a Lu, que sempre que se viam, ela
pedia-lhe a tão querida jóia. O Sidney sempre negava. Depois de algum tempo,
quando a Lu já nem o pedia mais, o velho Uga-uga teve uma certeza em seu
coração, já consciente da sincera amizade da Lu para com ele o entregou a
querida amiga, cumprindo a frase que ouvira de seu grande amor. Enquanto ouvia
e via às lágrimas do Sidney escorrendo em seu rosto ao contar a história,
ficava emocionado mas ao mesmo tempo feliz por o anel ter ficado em tão boas e
merecidas mãos. Agradeço a Deus por poder presenciar uma história tão bonita e
peço que me proteja sempre e aos meus amigos para podermos vivenciar outras
muitas histórias tão belas assim. Dou um beijo na Simone e perco os dois na
chuvosa noite. O cheirinho da janta chegava até nós, estava sendo feita de uma
forma bem rústica e deve ter ficado muito saborosa. Foi feita no fogo de chão
ao ar livre, não sei até agora como conseguiram terminá-la, pois chovia muito
enquanto cozinhavam. A vida com certos mistérios também fica muito saborosa.
Fomos pegar as camisetas do evento e decidimos ir tomar um banho. Vejo minha
outra amiga Rosane se divertindo muito, minha amiga Misteriosa também. Chegamos
na casa da Rô como uns pintos molhados... Banho tomado, deu aquela canseira e
acabamos ficando por lá mesmo. Até luz andou faltando por conta do mau tempo.
No outro dia peguei meu kilo de alimento não perecível e entreguei aos guris
para a campanha solidária dos mesmos, dei uma volta pelo evento mas a rapaziada
já tinha praticamente partido, eram poucos os que ainda restavam. Um abraço nos
guris, Segóvia, Medina, Quadrado, Gato Charly e Mira e vou com as meninas dar
um passeio pela cidade. A tarde vai acabando, encilho a moto, ponho a dona do
coração na garupa, me despeço de minha amiga Rô e sigo em direção à querência
nos braços do vento. Fica um grande agradecimento à Secretaria de Turismo de
Arroio Grande e a todos que a apoiaram, entre eles o Segóvia e o Mira que
batalharam bastante para o evento ser o sucesso que foi. Um lugar lindo, uma
estrutura impecável, aliados a grande simpatia do povo arroiograndense, só
poderia gerar uma festa inesquecível e grandiosa, simplesmente maravilhosa. E
que venha o ano que vem!
Vandres/Japa Galeiro – Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.