segunda-feira, 22 de outubro de 2012

2º Moto & Amigos








E tudo na vida sempre tem um recomeço e o meu, não podia ser melhor. Dei uma nova chance para mim mesmo e isto aconteceu por volta das seis horas da manhã de sábado, de um chuvoso outubro. Avisavam as previsões meteorológicas que haveria um espaço curto de bom tempo para este evento mas quando acordei neste dia, Deus se preocupou comigo e abriu o céu, fez o dia sorrir para mim. Até não pretendia ir por conta de meus problemas mas decidi mudar tudo. Assim juntei meu coração que estava aos pedaços e fui os guardando um a um dentro de meu peito. Tudo arrumado pressionei o botão de start da minha velha companheira CB e parti, espalhando por cada quilômetro que passava, todas as minhas lágrimas. Sinto em dizer que acabou, que ela decidiu ir por nossos desacertos. Se falavam que o mundo acabaria em 2012, pelo menos uma parte do meu se foi. Podem me dizer o que quiserem mas sei que errei, e o meu erro, foi amar demais. Mas não desisti e nunca desistiria porque meu verdadeiro mundo tem uma estrutura forte, fundida em motos e amigos. Ia com a cabeça distante, até me esquecia de acenar aos amigos que passavam, mas os mesmos não esqueciam de mim e isso ia me confortando por todo o caminho. Visto isso o que posso mais dizer? Não vejo outra coisa senão: "Enfim, a liberdade! Lutamos muito e até choramos demais mas acabamos percebendo que as lágrimas secam e as minhas, quando já passava por Jaguarão, não caíam mais. Meu colete cobria minha dor e estreava algo especial o escudo de meu time tirado de minha primeira camiseta que o tempo corroeu mas deixou o emblema, se foram pelo menos trinta anos para isto. Além disto, Deus me deu uma perspectiva, algo apenas para me ocupar, mas que certamente daqui algum tempo me trará muita felicidade que é a Gisele e procurei arduamente suas peças por onde andei na cidade histórica. A cada pedacinho encontrado, meu sorriso abria-se mais e mais. Uma de suas partes mais difíceis nesse dia foi sua bateria, que só encontrei em Rio Branco, posso dizer que sua energia é de alma castelhana. Seguindo, retirei meu "permiso" e continuem meu percurso. O caminho continuava lindo como sempre, com as belíssimas paisagens uruguaias e as perigosas e deliciosas curvas de Melo. Quando cheguei ao meio dia, realizei um novo percurso, atravessei a cidade e me dirigi ao evento que era perto do aeroporto e passava pelo Parque General Riviera, que um dia para mim foi um começo, hoje um fim. De tristeza apenas isso pois quando cheguei vi o Alejandro e o Sandro que com seus olhos marejados me recebiam com imensa alegria. Pude dar meu abraço também e este, foi bem forte. Enquanto os abraçava dizia com imensa felicidade o quanto era grato aos dois por terem afastado suas barracas no motoshow, ano passado, para podermos acampar todos juntos naquele evento. Foi uma das únicas vezes que isto aconteceu e por isto dei muito valor a esses dois "hermanos" que juntos tem um coração maior que o universo. Parecia que todos sabiam. Os outros motociclistas vinham me abraçar e demonstrando preocupação me perguntavam:"Irmãozinho por onde você andava?". Vi o Érico, o Paulo Manitú, o tio cbzeiro, o Serginho, o vovô-Adão, o Ademir, caras não tenho como citar a todos mas vi alguém extremamente especial e que pensava nela há muito tempo que era minha querida amiga Angélica, a musquitinha. Que felicidade!! Enquanto a enchia de beijos ela me contava de seu casamento e de seu desejo de muitos filhos. Assim a vida continuava e com imensa fome aguardávamos o assar de quinze azaradas ovelhas que deram sua vida para nos saciar... Somos predadores, não esqueça, a cadeia alimentar é assim mesmo, não esqueça também, que por mais que não queiramos, sempre acabamos comendo uns aos outros. Acompanhado do amigo Dagoberto, passei pela tradicional fila motociclística, que todo bom evento possui - só os bons - e assim saboreamos o almoço. O assado estava maravilhoso, acompanhado das famosas gajetas uruguaias, ficou melhor ainda. Já ria de minha tristeza e ia adquirindo mais felicidade quando vi o Segóvia e o Tonsor chegando. Conto aqui um segredo, a Gisele é irmã da moto que o Tonsor adquiriu, são nossos sonhos é o nosso sangue xzeleiro e desbravador que estará unido pelas máquinas e para sempre. Enquanto trocávamos histórias de garimpagem de peças mais e mais amigos iam chegando e nos abraçando, assim foi com o Chin, com o Brucutu e a lindinha e mais um amigo, o amigão careca e manco do pé do moto grupo Rio Grande e até o Róbito e o Biduka estavam lá! Véi, que isso cara. Encher a cara de norteña e depois ir lá se empanturrar de torta frita só com os "hermanos" mesmo, sabe bem né Biduka? Hahahaha! A tarde ia terminando, pensava em ficar, mas como tudo em minha vida estava diferente, queria algo a mais e o Tonsor me proporcionou pois ele pensava em voltar à noite mesmo. Ah! Pilotar à noite, eu sempre adorei e havia muito tempo que não fazia! Lembro que neste ano , em São Lourenço, tive uma pequena oportunidade e isso me fez um grande bem, até hoje. Fui ao banheiro, que era muito legal, tinha uma janelinha que dava para aliviar e abanar os amigos ao mesmo tempo! Nisso ainda consigo ver outro grande amigo, o Pikachu, pude tirar umas fotos do Caveirão e de outro parceiro que o acompanhava e ainda rir muito com meu amigo cabeludo do chapéu João, fiz o encontro dos Japas, o Japa Jaguarense e o Japa Galeiro de Herval. Tirei uma fotinho do irmão Maurício do Ozermãos de Camaquã. Pude também acelerar forte uma guzzi personalizada, pudemos enfim, ser felizes. Chegada a hora, começamos a arrumar as coisas e o Alejandro, junto com um amigo, não nos deixou ir sem um último abraço e o seu parceiro me entregou o troféu do evento sem nem eu pedir, caras, eu já proporcionei isso para outros amigos mas ainda não havia sentido, não havia acontecido comigo desta forma... Além da alegria, Alejandro, pode ter certeza 'qué este se vá conmigo em mi corazón." Poucas são as amizades verdadeiras, mas podem ter certeza que elas são para sempre. Assim eu e o Tonsor começamos nosso retorno, recordo que era por volta das sete e meia de uma belíssima noite uruguaia. Saí de Melo e quase que tombo na sinaleira, uma terrinha solta danada quase me leva ao chão e pela primeira vez, que perdi a roda dianteira, consegui segurar a velha quatrocinqüentona. Era o prenúncio de bons tempos. Em nosso retorno, admirávamos a tempestade que estava ao lado e que Deus não deixava se aproximar empurrando-a com seu sopro, admirávamos também as intensas luzes de Rio Branco e Jaguarão refletidas no rio de mesmo nome. A ponte toda iluminada, o meu coração já regenerado, esperando um novo amor entrar, para este se fechar e deixar de fora, bem longe, quem o magoou. Acredite sempre, Deus é por você e todos nós, mesmo com meus erros Ele esteve comigo e me abençoou. Terminada a história, digo que sonhe sempre pois pelo menos este não acabou. Dói, dói muito mesmo, chorei demais mas minhas lágrimas secaram, sei bem o peso de uma eterna saudade mas hoje também sei o que é a verdadeira felicidade. Respondendo o que diz no verso do banner deste maravilhoso evento, nos encontramos, hermanos, no ano que vem!
Vandres, Japa Galeiro - Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.











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