segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Estreando a GiseleX, namorando e desbravando o Herval


Domingo passado dia 03 de fevereiro decidi fazer a primeira viagem da Gisele, minha XLX 250 R que restaurei faz pouco e também aproveitei para matar a saudade da Castelhana e cumprir certos compromissos. O percurso foi a Região Bote -Centurião que faz divisa com o Uruguai. Saí por volta das 07:30hs da manhã, o dia não tava lá dos melhores mas conforme foram passando os minutos e os quilômetros o céu ficava cada vez mais azul. A Gisele impressionava pela saúde de seu motor, você acelerava e sentia a roda traseira empurrando firme e com muita força toda a estrutura da moto, é como se a frente quisesse a todo momento empinar. As suspensões foram excelentes copiando o terreno perfeitamente. Apesar da idade é uma moto impressionante, como dizem nos fóruns especializados, é uma moto para subir paredes. Seu consumo, na minha opinião, é um pouco elevado nesse dia fez por volta de 18 kms por litro, tendo em vista que minha CB 450 faz 25 Kms por litro, considero ela um pouco beberrona mas é aceitável visto sua performance se concentrar mais na tração do que no desenvolvimento de velocidade. Este percurso realizado, na verdade, é um velho conhecido meu. Fui professor de português e espanhol por 2 anos nessa região e com isso conheço este belo local como a palma da mão. Realmente uma região de belíssimas paisagens, de histórias interessantes, construções antigas e históricas e de uma maravilhosa natureza. Um verdadeiro paraíso perdido e inexplorado, prato cheio para aventureiros e apaixonados por trilhas. Lá, mora minha paixão, a Castelhana. Além de conferir como a Gisele se comportava no percurso, fui ver a Castelhana. O pessoal da região como o Márcio, a Dona Esther e o Seu Francisquinho, fora um tiozinho que passava a cavalo, foram bastante prestativos e me disseram como chegar até ela, me deram todo tipo de informação e depois de exatos 40 kms de fendas, pedras, barro e areia cheguei lá. Passei pela casa e fui conhecer a Estância São Pedro, quando voltei estavam todos me esperando espantados à porteira. É que, pra variar, eu não tinha avisado que ia, decidi praticamente na hora. Perguntei se era residência do seu Valter e ele, acenando com o dedo me disse que não... Dei um sorriso, eles também, e fui em tom de brincadeira dizendo que estava só passeando. Na verdade a responsabilidade era maior. Ao ser muito bem recebido e depois de conversarmos bastante, fiz o que tinha ido fazer, pedir a permissão para namorar a Castelhana. Quase desmaiei, a Castelhana ficou branca, a mãe dela ria de nós dois e me cobrava que eu só tinha pedido a seu esposo e para ela não. Mas o resultado de tudo isso foi muito bom, a permissão foi concedida. Para mim não é uma simples bobagem, pedir e ter a permissão dos pais de sua amada é uma demonstração de respeito aos mesmos e de amor pela sua pretendente. Gosto das coisas bem claras, gosto de um dever cumprido. Feito isso, fomos ao Centurião. Parecia passeio no shopping, era algo novo atrás do outro mesmo eu conhecendo tão bem tudo aquilo, vi que ainda tinha muito por conhecer. Vi as lages de pedra que costeiam o arroio, e que arroio, para atravessá-lo creio que pelo menos uns 200 metros ou mais seriam necessários para serem percorridos. Chegamos ao Lado Uruguaio e vimos uma antiga Aduana em ruinas, interessante era um poço em meio a tapera, que me debrucei e mal vi seu fundo, era de arrepiar. Visto de lá o arroio ainda ficava mais belo. Eu tinha uma raiva danada por ter esquecido a câmera quando fomos com a Gisele, só pude tirar as fotos quando retornei na garupa da Castelhana. Quando retornamos fui conhecendo a venda do seu Jamir, defrutamos os 10 kms que separam o Centurião da casa da Castelhana, fui relembrando os alunos que pegávamos para levar à escola, conheci o seu Altair da venda do baixo fundo, a casa da associação comunitária, os gatos e os cachorros da Castelhana. Fomos almoçar e depois fomos levar a cachorrada para nadar. Tomamos um matezido doce com a sogra, curtimos o vento sentadinhos à beira da casa, contemplamos os imensos morros, cerros e a bela vegetação daquela região. O tempo passou, a tarde caía, sabia que era chegada a hora de pegar a Gisele e encerrar a aventura, beijo na Castelhana, beijo na sogra, abraço no sogro, uma dica dele para melhor retornar, Gisele na estrada novamente e ligeira, aventura sempre sem parar de sonhar. Em casa, meus pais já tranqüilos e orgulhosos pelo sonho que construí com minha próprias mãos, ter originado, ainda mais histórias para contar.