Viva e deixe viver. Entenda, isso já foi dito uma vez. Não é porque parece que sua vida está dando errado, que ela realmente está. Não é porque todos parecem estar contra você, que realmente estão. Olhe o horizonte, pense longe mas sempre veja você, sempre seja você. Com ou sem alguém o importante é sempre seguir atrás de seus sonhos ou objetivos. Hoje continuei indo ao encontro daqueles que amo independentemente de suas tribos ou opções, mas sim, por quem são. Tenho até vergonha de dizer como fomos, hahaha... Fomos de carro. Saímos sábado logo após o almoço. É confortável, dá pra ajeitar tudo numa boa, se vai conversando e até tomando uns mates... E daí? Quem está preocupado com conforto ou com as coisas bem ajeitadinhas? Quando se pode planejá-las apertadinhas nos alforges... Que importa a conversa? Se o bom papo está quando encontramos os amigos... E o mate não dá para parar a moto um instante e tomar ali mesmo, contemplado o visual? Dá sim. A verdade que o automóvel nos tira a liberdade nos encaixotando entre seus eixos, não permitindo sentirmos o vento, o cheiro da manhã ou de todo o dia. Nos retira o contado com o mundo, não nos deixa ser a paisagem e tão pouco que a chuva nos acaricie ou que o frio, nos maltrate. Nos priva do incerto e faz com que a aventura e as mais belas imagens se tornem apenas um pára-brisa em nossa frente. Por isso amo motos e por isso quero viver até o fim dos meus dias com elas. Hoje se fez necessário ir assim, mas ter chegado ao encontro dos amigos fez apagar todo este contratempo. Foi muito bom mesmo ter reencontrado a todos. Ter passado ótimos momentos num lugar dominado pelas duas rodas. Ser recebido pelos amigos com um saboroso costelão. Poder conhecer o Santuário de Guadalupe e ter se empanturrado no delicioso jantar. Cantado os parabéns aos Legionários com a boca cheia de bolo e ter dançado um bom pedaço da noite feliz com os amigos. Ter aturado o som alto por toda madrugada em um lindo acampamento e ouvido as aceleradas dos cgzeiros, pois um bom encontro, para mim, tem que ter uma zoeira, não adianta... Ter podido ver os raios de sol enquanto desmontava a barraca, ouvindo as histórias do Tonsor. Ter tirado o sono com um café bem quentinho, feito na hora, sentindo o doce sabor de uma cuca e um pãozinho colonial. Isto tudo não tem preço. Retornamos realizados com a amizade e gratos aos amigos Legionários por tamanha hospitalidade. Ainda quando chegamos à querência podemos aproveitar o aniversário de meu pai. Na próxima quero de volta o vento e minhas emoções, quero estar diante do incerto e nos braços de Deus, que me acompanha sempre na garupa. Quero os meus dias ainda mais felizes e a paz de me encontrar envolvido pelo amor. Ainda quero que você, que agora está lendo minhas palavras, também se apaixone por este mundo e um dia ainda pilote junto comigo e sinta como eu essa paixão, sem nenhum temor pela estrada onde for.
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