quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Unidos no 13° Motofest

Pare e pense, sempre. Reflita. Não reclame de sua vida, pois Deus tem um plano para ela. Muitas vezes você já deve ter ouvido isso por aí e é verdade. Assim como muitas vezes nós é que estragamos esse plano. Entenda o que o velhinho tenta te dizer em pequenos fatos do dia a dia, são tão leves e sutis que geralmente não se percebe. Assim ele fala contigo. Hoje ele me reservou algo especial e eu entendi, pelo menos por hoje. O celular despertou, espreguicei-me e mais uma vez pedi sua benção como proteção para uma bela viagem. A Daia iria junto e todo cuidado é pouco quando somos responsáveis por outras vidas. E a minha? A minha, Deus cuida. Há muito já entreguei essa responsabilidade em suas mãos. Ele tem se saído bem, visto todos os perigos que passamos juntos. Na sexta-feira, quando saímos cedo por volta das sete, nos proporcionou uma manhã perfeita, de um belo céu azul e um friozinho atípico a esta época do ano mas bem conveniente diante dos massacrantes dias quentes e secos de nosso verão. Chegamos a Jaguarão e lá o Motofest nos esperava e, é claro, o amigo Dirlei, coitado, debaixo de um sol já escaldante, com sua equipe de churrasqueiros prontos para recepcionar os visitantes como prometido.
Depois deste grande abraço fomos ao Ferrujão, o famoso ginásio de esportes que tem nos abrigado em várias edições. Lá percebemos que fomos o segundo motogrupo a chegar pois o pessoal de Rio Pardo nos aguardava. Estabelecida a residência fomos aproveitar o dia na lagoa mirim uruguaia. Ventava muito e murchei os dedinhos somente à tarde. Um delicioso “chivito” e um belo passeio a pé pela orla da lagoa fizemos.  

À noitinha retornamos para o Brasil e nos divertimos muito com os outros integrantes de nosso MG que chegaram ao evento. Jaguarão bombou. O movimento era praticamente o mesmo de sábado à noite, dia em que de costume participo. Dessa vez eu estava de férias e pude estar presente também na sexta-feira. Exaustos fomos nos recolher numa tranqüila noite. Quando chegamos os banheiros nos preocuparam um pouco, havia um específico às mulheres e apenas um com chuveiros e outro com sanitários abertos, abertos mesmo, se via a quadra de futebol, mas o vigia nos brindou com outro vestiário que era excelente. No outro dia depois daquele cafezinho, com pingo douro e todinho, hehe, fui hastear a bandeira. Sábado esteve ótimo tanto para os que foram à lagoa como para os que ficaram, como fiquei, pude curtir os irmãos chegando um a um lá na recepção. Juntamos a galera e fomos almoçar, degustamos aquela deliciosa lasanha do bom e velho Red’s, fizemos as tradicionais comprinhas no Uruguai e com um refrescante sorvetinho na mão retornamos ao evento.
Todos os amigos estavam lá, era o Serginho, Adão –VoVô, Caveirão, Nike, Bruno, Segóvia, Aislã, Sebastian, Didi, Patrício, Gabo, Chico e a Letícia, Bira, Chino, Picaluga - que até insistiu muito para jantarmos com ele e seu MG,  meu Deus são tantos que não consigo citar a todos, tenho que parar com isso pois os outros ficam com ciúmes. Sempre me cobram. Uns me dizem que faço que não os vejo mas na verdade eu estou é extasiado de estar entre os amigos e as motos é muito bom e o tempo voa, acabamos passando até ao lado e o amigo escapa ao olhar, mas se caso você for um destes me cutuque que te abraço com a mesma alegria que eu o tivesse visto primeiro, os que compartilham essa paixão me entendem, a cabeça fica no “mundo da lua”. A noite descia e mais e mais motos chegavam e nós, eu, o Tonsor, o Biduka, o Enedir mais o amigo cbzeiro Bruno, além de todas as nossas esposas e namoradas, contemplávamos, era lindo. O Freestyle estava por conta da Alto Risco, o weeling pelo Bolinho e pelo Capitão, velho amigo. O Rock rolava com a Só Creedence e outras bandas, fica em destaque o tributo aos Ramones feito pela banda do amigo Punk. Depois de um delicioso “entreveiro” ainda curtimos sentadinhos na CB os irmãos motociclistas em sua caravana de lá para cá toda noite. Realmente cansados, fomos aproveitar nosso colchãozinho na minha barraca dos “comandos em ação”.

Tudo perfeito, pena que nem todos estão em sintonia, fica o desagrado feito pelo motogrupo que não se acampou, e sim, se apoderou do vestiário que tão camaradamente nos foi concedido pelo pessoal da organização e principalmente pelo vigia do ginásio, não deixando outros motociclistas o utilizarem. Atitude feia, como diria minha mãe quando eu tinha uns quatro anos de idade e fazia algo de me envergonhar, só cito isso aqui para ninguém dentro do motociclismo ter uma atitude igual a esta e também por ter prejudicado não só a mim mas a todos que lá estavam, tiveram sorte que geralmente no motociclismo existe a turma do “deixa disso” mas eu não deixei e depois de muita insistência e ouvindo indiretas, fiz algo lá no vaso “deles” tão feio como a sua atitude, pura arte, certamente do cheiro vão se lembrar, mesmo depois de puxada a descarga. Perdão pela malcriação caro leitor, foi necessidade.  Fora que ainda fizeram barulho um bom pedaço da noite e incomodaram vários outros motociclistas, lastimável. Não cito o motogrupo em respeito aos amigos verdadeiros que tenho nele e que não participaram disto ou ficaram sabendo, visto que só integrantes que não conheço me fizeram passar por isto, o que importa aqui é a lição para o motociclismo e a reflexão sobre as atitudes, o que os anfitriões nos oferecem não tem dono é compartilhado entre todos. Mas de ruim foi só isto, mentira, a saudade do irmão Cromado que sempre estava em Jaguarão, pois adorava o Motofest, apertou, só restou aceitar.



Bom, depois de uns mosquitinhos no ouvido, foi só acordar e perceber que já era domingo, desmontar a barraca, arrumar os alforges e rumar novamente à lagoa para mais um dia inesquecível. O som rolava pela Music Speaker Box do Tonsor, AC DC na orelha, as águas e a areia por conta da lagoa. Estavam conosco o Joãozinho e o Adão, por isso não ficamos sozinhos nas graves queimaduras solares que nem os protetores deram conta... Dia acabando, a aventura também, todos sequinhos e eu nos braços do meu bem. Iniciamos nosso retorno, curtimos uma boa estrada e Deus sempre conosco. Esse era o plano. Que agradecemos a Ele e também a todos os motogrupos que ajudaram ou organizaram este grande evento, a maior confraternização da fronteira, que se Deus permitir voltarei no ano que vem. Fica a saudade de tudo e de todos que tentarei curar num próximo evento, mais uma vez.


Vandres/Japa Galeiro - Moto Grupo Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil

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