As canções que gosto às
vezes soam tristes. E são mesmo. O motociclismo faz com que eu viva em saudade,
daquilo que é, que um dia foi e que talvez ainda será. Das amizades que
conquistei e das que perdi. Andar de moto sempre foi algo difícil, pelo menos
para mim. Onde todos sempre foram contra por necessitar de constante
equilíbrio. Mas o que na vida não necessita de equilíbrio? Riscos? Ah! Estou
rindo deles. Acredito no veinhu lá de cima. De nosso destino nunca poderemos
fugir. Do amor muito menos. Então temos que amenizar a dor, essa falta da
estrada, que só acalma com liberdade. Era tudo que pensava e guardava com
cuidado entre os alforges. Foi tudo que procurei compartilhar de coração.
Quando ouvi o ronco da moto do Airtão já sabia que nossa aventura começava. Me
apressei, a Simone também, damos uma volta pela cidade para aquecer o motor e
assim, sem combinar, lá na casa do Eduardo nos reunimos para pegarmos a
estrada. O destino era o 11° Megashow de Motos em Melo, organizado pelo nosso
querido amigo Nike e os Motomaníacos. Fizemos uma belíssima viagem desde a rota
pelo Brasil, a travessia da fronteira (apesar da grande lentidão da ponte Mauá
e a retirada do permisso) até o portal de chegada à Melo. No abastecimento
deixo meu abraço com os amigos Bruno e Aislã. São curvas e paisagens muito
lindas até se chegar a Melo. Abraçamos mais amigos na chegada, de cara já vejo
o amigo Neto Galeiro que me avisa que toda galeada andava por lá. Vimos também
o Segóvia, o Mirapalheta, putz, muitos outros. Vamos ao Ginásio para acampar,
se tem algo que deu um charme a mais a este evento foi este Ginásio de Esportes,
lindo e confortável sempre adoro acampar lá. Voltamos para resgatar o Airtão
que havia ficado no evento, mas ele decidiu ficar. Almoçamos numa lancheria da
praça onde se localiza a rádio “Voz de Melo”. Local espetacular. Lá encontramos
o Castrinho e sua querida esposa, mais a amiga Suzana e seu amor. Feliz em ver
os amigos, cometemos o pecado da gula e fizemos a degustação de cervejas:
Pilsen, Patrícia e Norteña. Simplesmente uma delícia! Nada como estar em outro
país, para esta oportunidade. Depois de algumas fotos com “La Oficina de
Carnaval”, em nosso retorno ao evento, encontramos nosso saudoso amigo Gongo
Isnar e assim matamos uma grande saudade. Com ele ainda fomos admirar as
novidades da Yamaha uruguaia. Encontramos o pessoal de Cerro Grande, grandes
amigos, e nossa querida amiga Tigresa. Lambretistas passeavam... Amigo Zebrita
negociava, Nike distribuía sorrisos e nós dávamos aquele abraço bem apertado no
El Tata que está “Siempre azulado!” Ao nosso também. Selfiezinha com o
Capinchinho, dedo na barriga do Capinchão! Melo é fenomenal. Difícil de
descrever com exatidão. Pensa em diversidade... Agora multiplica. Pra ver que
nem esquecemos da foto oficial da torta frita! Muito menos da oficial da turma
da 7galo, salve Galeiros do Sul, salve Rocca, Neto e o amigo do GPS avariado
que só tomava energético. Como se dizia no seriado do Chaves: “Tudo é culpa dos
energéticos!” Neto, muito feliz por te ver bem, com saúde e recuperado, abraço
cara! Depois de tanta gente fomos descansar um pouco. A noite cai. Os shows
começam. Bandas brasileiras e uruguaias compartilham o palco. Os zerinhos ficam
por conta de motos, carros e towners cabalhoteiras. Ouço no microfone o nome do
velho amigo Capitão, não consegui verificar se era, mas pra esse cara deixo um
tremendo abração. Ao fundo das apresentações se via uma
impressionante imagem, as luzes que incidiam sobre a floresta e a água imóvel
do rio Conventos refletiam como um enorme espelho, a floresta e o escuro céu,
que dava a impressão de um infinito precipício por conta da imagem duplicada de
cabeça para baixo. Realmente impressionante e inesquecível. Já no evento era povo, uma verdadeira multidão. Nos
encostamos num quiosque, lá entornamos várias garrafas de refri e um delicioso
churipão. Curtimos muito tudo, passeamos, fomos nos despedindo de tudo, já
cansados fomos dormir. Acordamos com um lindo sol, diferente do ano passamos
que chovia muito. Arrumamos tudo e pegamos novamente a estrada, pois era hora
de partir. Levamos conosco uma grande saudade que não nos diminui a felicidade
em ter estado aqui. Ainda em Jaguarão
tomamos um cafezinho e aumentamos a turma com o amiguinho da Ratbike e outro
parceiro que nos acompanharam até o primeiro trevo que segue pro Pontal. Parabéns,
amigo Nike e Motomaníacos, longa saudade de vocês. Demais, por isso sempre digo,
que é em meu peito que arde o forte fogo da paixão. Paixão esta que não acaba
que toma conta de meu coração. A antiga paixão pelas motos e pelos amigos, pela
aventura e por podermos nos dar as mãos. Por nos sentirmos livres, como se em
outra dimensão, distante desse mundo falso, de pura submissão. Manhã e tarde
quente, ficamos por Arroio Grande, nos separando do Eduardo e da Aninha que
seguiram em frente. Ficamos com o Carlos Airton e a Rosane, mais o amigo Urso,
nos deliciando com os dotes culinários da moça. No finzinho da tarde chegamos
em casa, nos amamos e adormecemos até uma próxima vez.