terça-feira, 29 de janeiro de 2013

14º MOTOFEST - JAGUARÃO



O celular já havia despertado, abri meus olhos e mais uma vez enchi meus pulmões de liberdade. O sol raiava lá fora e seu brilho aquecia meu rosto. Céu azul, o dia estava perfeito. O coração batia forte, os alforges já se encontravam na moto. Mas faltava algo, eu não me sentia completo. Havia alguém me esperando para pegar a garupa. Não é só a Gisele X que tem a alma castelhana, agora eu também. Assim dei a partida na moto e fui ao seu encontro. Cheguei em sua casa bem cedinho, peguei a benção da vó e suas recomendações, pedi a Deus que fosse conosco, botei um sorriso no rosto enquanto aguardava ela subir na moto. Castelhana na garupa, eu tinha certeza, agora começava a aventura. Partimos, cbzona firme, fui me certificando se os companheiros não andavam perdidos, encontrei o Biduka preso no trabalho, soube que o Róbito já tinha ido, imaginei que o Tonsor também, então era minha hora também. Curtimos uma linda e segura viagem, tranqüila mesmo sem nenhum susto. Chegamos e a recepção ainda vazia, nos deliciamos com a grande hospitalidade de nossos amigos Jaguarenses que separaram um churrasquinho especialmente para nós. Ali abracei o Didi e o Macaquinho e a todos da recepção e ainda, enquanto fazia um carinho na Castelhana chegava o Róbito com a Leane reclamando de um defeito que afetava o consumo de sua Teneré. Enquanto ele a levava na concessionária, continuávamos ali abraçando mais amigos que chegavam de viagem. Fomos ao Ferrujão armar minha barraca, lá encontrei muito bem instalado o Tonsor e a Aninha que me presentearam com uma canha de menta com pimenta de Turuçu que era uma delícia só! Rumamos para o evento, pouco movimento ainda tinha lá, deu pra dar um abraço no Zebrita mas nisso vamos ao acampamento e lá sim era um barulho de moto danado. Falei com o Segóvia meu querido amigo aventureiro do deserto e muitos outros por ali, deixamos o acampamento do rio e retornamos para a recepção e aí sim o mundo já era outro, o sorriso e o espanto da Castelhana cresceram, eram muitas motos. Dei aquele abraço no Serginho, abracei também o Alemão e a Cibele e juntamos o moto grupo enquanto tomávamos nosso refri. Dali, levei a Castelhana para almoçar e nos deparamos com o bom e velho Red´s todo remodelado, chique que só, e saboroso como sempre. Tinha fila para entrar. Lá ainda vi de longe a Dani e o Thiago. Depois desse almoço romântico e aproveitarmos o ambiente fomos procurar a casa da titia da Castelhana pois ela ficaria lá. Foi bem fácil, tinha uma castelhanada danada lá.Tiraram fotos com minha moto deixando a cbzona com as bochechas bem vermelhas e se achando. Depois de enchermos a titia de bjos e a deixarmos toda babada retornamos ao evento e enquanto tirávamos umas fotos, encontramos o Airtão e o Bira que ficaram registrados eternamente em minha lente, fica no detalhe da foto, o Bira fazendo pose de gostosão. Ainda achamos a Erli que não resistiu a fotinho com a Castelhana. Essa turma junta chama cerveja e cerveja um bom papo, mas isso pra quem não pilotava, nós só no refri. Aí, toda turma já estava junta, inclusive a Paty e o Biduka. Chegava também o Dionatam e a Kélly, enquanto isso, torcíamos pela garota motociclista que desfilava no palco. O tempo ia passando e entre o papo, as fotos e vários beijos na Castelhana o Motofest ia crescendo. O ronco das motos imperava, a quantidade de amigos assustava. Saímos para um passeio pelo evento, a Castelhana cada vez mais encantada, olhava uma moto e olhava outra, apaixonava-se pelos triciclos. O passeio ficou maior e virou moto-passeio. Cruzamos a vinte e sete de janeiro nos encaminhamos para a rua Uruguai, atravessamos a ponte Mauá, chegamos ao Rio Branco fizemos o retorno para a Coxilha, até um Camaro prata passou por lá. Os amigos eram muitos, no acesso da ponte pela Coxilha apontei para a Castelhana que impressionada falava:"Quanta moto junta, estamos no início da ponte e elas já estão lá em Jaguarão!' Realmente era belo pois anoitecia e as sinaleiras juntas formavam uma fila iluminada por toda a extensão da ponte tornando aquela imagem impressionante. Enquanto todos se dirigiam ao evento nos despedimos do passeio e fomos tietar a titia que me convenceu a ficar lá, levantei o acampamento e fui pro colo dela. Jantamos com ela, fofocamos bastante e dali fomos ver o show do Arte e Equilíbrio. Nem preciso dizer a cara da Catelhana, hahahaha! Para ela tudo era novo, guria simples do campo, de aroma de flores, delicada, de um sorriso doce e de um olhar encantador, foi assim que a conheci, e quando a beijei pela primeira vez ela virou para mim e me olhou de um jeito, que era tão puro e sincero, com aquele receio do incerto que me desconcertou completamente e quando ainda pegou em minhas mãos e as acariciou, acho que ali me apaixonei... Senti um frio na barriga que percorreu a espinha que não consigo explicar.  Não tenho desistido desde então apesar de nossas dificuldades. Vê-la junto a mim, impressionada com o show das motos também não dá para descrever, mais difícil ainda é dizer como foi sair dali e tentar encontrar os amigos de grupo e a multidão atrapalhar, nunca vi o motofest tão cheio. Para mim essa foi a maior edição de todas, por isso, desisti e fui ver o Wander Wildner que tornava juntamente com todos nós cantando suas canções, um momento inacreditável e inesquecível. Nisso os guris do grupo aparecem do nada, o Mauro me abraça junto com sua "patrícia" e embalamos a noite com as baladas "Bebendo Vinho" ( http://www.youtube.com/watch?v=eRPG0FFZEB0 ), “Boas notícias “ ( http://www.youtube.com/watch?v=HD6LTOjDyxo)  "La cancion inesperada" ( http://www.youtube.com/watch?v=iJ4AiTZHi28 ) e a mais-mais "Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo" ( http://www.youtube.com/watch?v=-vbSeww9Ujg ). A noite nunca mais seria a mesma e até nós mesmos, também não. O Tonsor, como seu maior fã, interpretava as canções. Os olhos já pesavam e, logo após o show do Wander, fomos dormir felizes por ter estado juntos num momento tão único e tão belo, recolhi a bandeira, liguei a CB e fomos pro colo da titia sonhar sobre um sonho real. No outro dia levantamos e logo após um gostoso cafezinho da tia Su partimos para a lagoa uruguaia para nos refrescarmos e deixar o passeio ainda mais maravilhoso. Lá não encontramos os guris e ficamos à sombra das árvores e na areia, admirando a lagoa, assim foi até a fome bater e irmos almoçar, nisso damos de cara com o Róbito procurando abastecimento, acho que pra ele e não para a moto, e encontramos o restante da gurizada num camping perdido entre os eucaliptos e ali almoçamos todos juntos. Histórias e mais histórias do Herval contamos, enquanto nos preparávamos para ir à beira d’água. Quando chegamos, a castilhanada esculpia um crocodilo na areia e muito nos questionávamos sobre o que era aquilo... Eu entrei na água mas não pude ficar muito pois a castelhana não tinha levado biquíni e acabei retornando aos seus braços, o restante mal entrou, de assustados que são por medinho de agüinha fria.  Cansados, era hora de voltar e assim arrumamos tudo rapidinho e partimos com os calçõezinhos à mostra para secar, detalhe para o Biduka que não dispensa andar bem equipado e preocupado com a segurança não dispensou as suas lindas botas campeiras e sua singela corrente de cadeado. Ainda deu tempo de falar com o Nike que ria e dizia que eu estava fazendo contrabando de guria de seu país e que só andava de camiseta do Uruguai pra não levar multa, respondi que levava só da boa e a camiseta era por amor. Ele se convenceu e disse que eu tava querendo mesmo era deixar castelhaninhos perdidos por lá e nessa alegria partimos.  No Rio Branco parei para comprar um queijinho, os guris não pararam e todos nos perdemos depois. Ainda pude conversar com o amigo Marlo lá no Largo das Bandeiras e conferir sua linda cb 500, recém adquirida. Desço para tirar umas fotos no camping do rio, enquadro a ponte de fundo e quando penso que tinha me livrado do Bira ele aparece... Que bom, ele enquadrou a foto para mim. É assim que gosto nada combinado, tudo acontecendo. Visto tudo isto, a querência já nos chamava e vamos buscar nossas coisas na tia Su, deixamos suas bochechas vermelhas de tanto beijo e partimos para o Herval em meio aos seus acenos de despedida, fui buzinando e abri meu sorriso feliz por mais uma vez levar grandes lembranças comigo. Hoje vejo que nosso mundo não é impressionante a todos, senão a nós mesmos, eu achava que qualquer pessoa que entrasse em nosso meio se encantaria com tudo isso, que entenderia o que sentimos assim que déssemos a chance, hoje vejo que isso é para poucos e por isso percorremos grandes distâncias para nos encontrar, para assim nos tornarmos muitos. Apenas quem nasce com o espírito estradeiro, com a ânsia de liberdade e o amor pelos amigos e pelas motos é que está conosco. É por isso que por mais que queiramos muitas vezes, várias pessoas não tem jeito. Quem ama simplesmente entende, quem não, nunca vai entender. Então nos resta agradecer ao Km Final e demais moto grupos que ajudaram nessa grande festa, a maior confraternização da fronteira, a continuar crescendo. Torcemos muito que estejamos sempre juntos em Jaguarão em imensa amizade. Na verdade, nós motociclistas somos mais que amigos, somos todos, eternamente irmãos.

                     Vandres / Japa Galeiro – Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.


Vídeos:

http://www.youtube.com/watch?v=6YHyD1DTAHQ


http://www.youtube.com/watch?v=w-6yZQWS6BU


http://www.youtube.com/watch?v=Mnua_PnG5t0