terça-feira, 15 de maio de 2018

2º Motoacampamento Gorrionero



Que os ventos levem a saudade da estrada e que eu rode junto dos amigos e acompanhado de meu bem.  Uma longa semana de trabalho, uma boa revisada na motoca, o plano já traçado. Carlitão, acredito que teve um compromisso de família e não pôde ir, como eu já estava acertado com o Eduardo simplesmente foi a hora de partir! Sabadão, sete e pouco da matina iniciamos a aventura. A Falcon ia exuberante apesar de toda carga que coloquei em cima, parecia que ia sozinha; nas curvas ia grudadinha. Demos aquela passadinha na Terrasul pra talvez encontrar o pessoal de Jaguarão mas já haviam saído. Rumamos para a aduana. Permisso tirado, iniciamos na tradicional rota para Melo, mas são só dois ou três quilômetros e a rota muda, aí nos direcionamos para trinta e três. As paisagens são muitos semelhantes a da outra rota, o que chama a atenção é a quantidade de vilarejos, cidades. Rincón e Vergara são as que me lembro, outra coisa que chama muito a atenção é o respeito a quem anda de moto. No Uruguai somos vistos como algo tipo uns heróis, sim isto mesmo, todo mundo acena, cumprimenta e recebe bem a quem vem ou passa de moto. Bom, em alguns comentários tínhamos a informação de que seriam uns 80kms até Charqueada a partir de Jaguarão e talvez uns 5 ou no máximo uns 7kms de terra. Andamos os oitenta e depois de uns dois o três trevos chegamos a uma encruzilhada e uma placa tortinha indicada mais 39 de terra, confirmei com o pessoal por ali e era isto mesmo... Eu e o Eduardo nos olhamos, pois ele tava de ninjinha, eu não me preocupei muito, pois a Monalisa dava conta mas esportiva é esportiva né, mesmo assim o Edu decidiu continuar, não dava mesmo pra pensar em voltar. Muita diversão, pó, suspensão estourada e paradas engraçadas depois, avistamos a Charqueada. Imagine um lugar lindo, uma cidadezinha no estilo praiana a beira de um rio, com cais, veleiros e até uma balsa que trabalhava pra dedéu!! Um camping maravilhoso, cheio de churrasqueiras, bancos e muitos banheiros para uso dos visitantes. Simplesmente lindo!! Melhor ainda rodeado de motos. Lá encontrei o Seu Vitório, o Mira, o Patrício e sua turma, o Nike e o tio do câmbio, o Richard Pelado e claro os amigos Gorriones e seu mais ilustre integrante o Carlito que atenciosamente nos convidou e recebeu em seu evento. Passeando por lá nos maravilhamos com a paisagem, com as áreas de lazer, prédios históricos, santuário e natureza local. Bateu aquela fome e nos atiramos nos “chorizos al pan” e nas tortas fritas que estavam deliciosas até a foto oficial delas teve. O DJ que tocava era de bueníssimo gosto. Motos e mais motos chegavam, a balsa trabalhava e nós já curtíamos as brincadeiras motociclísticas, algo raro nos eventos hoje em dia. Depois de nos divertirmos muito bateu aquele cansaço, nos sentamos um pouco e ficamos só admirando o evento e o movimento das motos e também ouvindo as muitas histórias do amigo Tonsor. O Eduardo já havia me falado que ia voltar no mesmo dia eu até ia ficar mas bateu aquele sexto sentido e decidi voltar junto, pois decidi ficar em Jaguarão. A Monalisa acho que tinha gostado do evento e não tava querendo partir pois levou uma meia hora pra se conseguir dar a partida no motor, acreditamos ter sido uma certa gasolina batizada de posto de beira de estrada... Mas enfim pegou e conseguimos seguir caminho, ainda abasteci por lá pra melhorar o combustível e fizemos uma tranquila e fria viagem até Jaguarão onde nos despedimos do Eduardo e ficamos na casa da Dinda. Permisso entregue, já acomodados em casa, foi a hora de encontrar novos problemas, dessa vez o parafuso que prendia o escape se soltou e ficou preso somente pela braçadeira. Foi a sorte de termos voltado pois se viéssemos no outro dia não realizaríamos parada e não verificaria este contratempo. Tive dois anjos por lá o amigo Marcelo o mesmo que me indicou esta moto e o primo Jairo que sempre atencioso e parceiro me deu uma baita mão com a moto. Era a mulherada vendo novela e eu fazendo mecânica na sala. No outro dia, com a moto certinha e desta vez sem problema na partida, seguimos viagem pra poder passar o dia das mães com minha velha, então eu e a Simone saímos cedinho pra pegar a churrascada do véio Espoleta. São momentos assim que dignificam nossa vida, que nos deixam mais leves e nos fazem sentir mais vivos. Pode ter frio, estrada ruim, kms a mais, isso não importa o que importa realmente é poder se aventurar para encontrar amigos tão queridos como os Gorriones, um cara fora de série como o Carlito e uma localidade tão bela como Charqueada. A estes amigos deixo meus parabéns e espero um dia voltar lá, com mais calma ainda, para poder confraternizar por mais tempo. Um grande abraço hermanos e nos vemos por la ruta!!

Vandres/Japa Galeiro – Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.