Pare e pense, sempre. Reflita. Não reclame de sua vida, pois Deus tem um plano para ela. Muitas vezes você já deve ter ouvido isso por aí e é verdade. Assim como muitas vezes nós é que estragamos esse plano. Entenda o que o velhinho tenta te dizer em pequenos fatos do dia a dia, são tão leves e sutis que geralmente não se percebe. Assim ele fala contigo. Hoje ele me reservou algo especial e eu entendi, pelo menos por hoje. O celular despertou, espreguicei-me e mais uma vez pedi sua benção como proteção para uma bela viagem. A Daia iria junto e todo cuidado é pouco quando somos responsáveis por outras vidas. E a minha? A minha, Deus cuida. Há muito já entreguei essa responsabilidade em suas mãos. Ele tem se saído bem, visto todos os perigos que passamos juntos. Na sexta-feira, quando saímos cedo por volta das sete, nos proporcionou uma manhã perfeita, de um belo céu azul e um friozinho atípico a esta época do ano mas bem conveniente diante dos massacrantes dias quentes e secos de nosso verão. Chegamos a Jaguarão e lá o Motofest nos esperava e, é claro, o amigo Dirlei, coitado, debaixo de um sol já escaldante, com sua equipe de churrasqueiros prontos para recepcionar os visitantes como prometido.
À noitinha retornamos para o Brasil e nos divertimos muito com os outros integrantes de nosso MG que chegaram ao evento. Jaguarão bombou. O movimento era praticamente o mesmo de sábado à noite, dia em que de costume participo. Dessa vez eu estava de férias e pude estar presente também na sexta-feira. Exaustos fomos nos recolher numa tranqüila noite. Quando chegamos os banheiros nos preocuparam um pouco, havia um específico às mulheres e apenas um com chuveiros e outro com sanitários abertos, abertos mesmo, se via a quadra de futebol, mas o vigia nos brindou com outro vestiário que era excelente. No outro dia depois daquele cafezinho, com pingo douro e todinho, hehe, fui hastear a bandeira. Sábado esteve ótimo tanto para os que foram à lagoa como para os que ficaram, como fiquei, pude curtir os irmãos chegando um a um lá na recepção. Juntamos a galera e fomos almoçar, degustamos aquela deliciosa lasanha do bom e velho Red’s, fizemos as tradicionais comprinhas no Uruguai e com um refrescante sorvetinho na mão retornamos ao evento.
Tudo perfeito, pena que nem todos estão em sintonia, fica o desagrado feito pelo motogrupo que não se acampou, e sim, se apoderou do vestiário que tão camaradamente nos foi concedido pelo pessoal da organização e principalmente pelo vigia do ginásio, não deixando outros motociclistas o utilizarem. Atitude feia, como diria minha mãe quando eu tinha uns quatro anos de idade e fazia algo de me envergonhar, só cito isso aqui para ninguém dentro do motociclismo ter uma atitude igual a esta e também por ter prejudicado não só a mim mas a todos que lá estavam, tiveram sorte que geralmente no motociclismo existe a turma do “deixa disso” mas eu não deixei e depois de muita insistência e ouvindo indiretas, fiz algo lá no vaso “deles” tão feio como a sua atitude, pura arte, certamente do cheiro vão se lembrar, mesmo depois de puxada a descarga. Perdão pela malcriação caro leitor, foi necessidade. Fora que ainda fizeram barulho um bom pedaço da noite e incomodaram vários outros motociclistas, lastimável. Não cito o motogrupo em respeito aos amigos verdadeiros que tenho nele e que não participaram disto ou ficaram sabendo, visto que só integrantes que não conheço me fizeram passar por isto, o que importa aqui é a lição para o motociclismo e a reflexão sobre as atitudes, o que os anfitriões nos oferecem não tem dono é compartilhado entre todos. Mas de ruim foi só isto, mentira, a saudade do irmão Cromado que sempre estava em Jaguarão, pois adorava o Motofest, apertou, só restou aceitar.
Bom, depois de uns mosquitinhos no ouvido, foi só acordar e perceber que já era domingo, desmontar a barraca, arrumar os alforges e rumar novamente à lagoa para mais um dia inesquecível. O som rolava pela Music Speaker Box do Tonsor, AC DC na orelha, as águas e a areia por conta da lagoa. Estavam conosco o Joãozinho e o Adão, por isso não ficamos sozinhos nas graves queimaduras solares que nem os protetores deram conta... Dia acabando, a aventura também, todos sequinhos e eu nos braços do meu bem. Iniciamos nosso retorno, curtimos uma boa estrada e Deus sempre conosco. Esse era o plano. Que agradecemos a Ele e também a todos os motogrupos que ajudaram ou organizaram este grande evento, a maior confraternização da fronteira, que se Deus permitir voltarei no ano que vem. Fica a saudade de tudo e de todos que tentarei curar num próximo evento, mais uma vez.
Vandres/Japa Galeiro - Moto Grupo Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil
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