6ª Confraternização Unidos pela Máquina

   Não há nada mais belo no mundo que o sentimento. As coisas no mundo se acabam, o sentimento sincero não. Esse amor que muitas vezes nos maltrata, também nos constrói e nos define. Aqui nestas linhas me defino pelo amor à motocicleta e por muitos amigos que ela nos traz. É por isso que desde agora agradeço a ti que esteve conosco em mais um evento de superação. Realmente mais uma vez não foi fácil, você, assim como os outros, certamente deve ter acompanhado. Não é um evento de grandes patrocínios, nosso maior investimento é a amizade. A amizade em forma de doação. Doação de um pouco de dinheiro ou de saborosos cortes de carne mas também de muito, muito suor de cada um que ajudou. A desconfiança, as brigas e a discordância são açoites em nossa pele e doem muito mesmo, mas há algo maior que é a felicidade em ver os amigos chegando um a um que prevalece e você está incluído entre eles. Como foi bom abraçá-los, se soubessem que mesmo não demonstrado, era como se as lágrimas corressem dentro de meu peito de tanta alegria em revê-los. Saiba que tudo que começo a contar agora é dedicado a você, desde quando o tempo teimava em trovejar e os amigos uruguaios Carlo, Marcelo e namorada chegavam na quinta-feira e se instalavam na piscina até, eu ter sido o último a sair do parque aquático e ir falar com nosso secretário de turismo sobre a pia quebrada da piscina.A chuva começava fraquinha na sexta e me pregava uma imensa peça, eu não me importava, tinha fé, apesar da maioria estar à beira da incerteza e não saber para onde ir e o que fazer. Eu sabia que tinha você e que você viria. Chovia forte enquanto eu resgatava os irmãos uruguaios da piscina com ajuda de outro irmão muito querido, o Nike. Já pensava estar tudo perdido mas enquanto conversava com meu amigo Kiko na entrevista da Rádio Herval FM o sol começou a raiar na janela. Era o prenúncio do que estava por vir. Corri com os preparativos enquanto o amigo Róbito estruturava a recepção do Posto do Luciano, na entrada da cidade. Foi maravilhosa, nós todos juntos enquanto mais amigos chegavam, por um bom pedaço da noite.

Pra variar, no outro dia, com o cansaço me atrasei. Acordaria às cinco da manhã, no sábado, mas por conta de tentar resolver o problema da banda que estava sem baterista, porque havia quebrado a perna em Melo de moto, e fora o vocalista que talvez estivesse em trinta e três, acordei as sete e quinze num pulo só, da cama. Com uma imensa dor de cabeça, juntei bandeira, barraca do grupo, faixas e me dirigi ao parque aquático para começar a estruturar o evento. Enquanto isso o Róbito e o Bosco, nosso fiel assador, já se preparavam para o churrasco. Mais amigos chegavam e a gente ofegava. Quando tudo estava sob controle convidei o Róbito para uma gauchada pois uma das doações de carne havia escapado e ficado para aquela manhã. Posso dizer que foi a melhor coisa que podia ter feito naquele momento, foi divertido correr atrás da doação pelo campo onde fomos buscá-la, até minha cabeça não doía mais, pena que a ovelhinha não deve ter gostado nada. Tadinha...

Retornando já víamos um grande movimento em nossa festa. O pessoal horrorizado me abraçava pois eu ainda tinha sangue em minhas mãos...

Dava nada, o churrasco ficou delicioso. O tempo passava e ficamos sabendo que teríamos que fazer algumas alterações em nossa programação pois uma pessoa ilustre e muito querida na cidade havia falecido, o Isolino. Puxando o desfile da gata Unidos pela Máquina para um pouco mais cedo, conseguimos eleger nossas belas gatinhas do moto grupo.

Tínhamos ainda que realizar o moto passeio e este foi contemplado com uma grande idéia, vinda do amigo Nike e de nosso Secretário de Turismo, que era ajudar nossos irmãos de São Lourenço que estavam em calamidade, visto a fúria da chuva que por muito pouco não nos assolara. Saímos e o pessoal se sensibilizou e ajudou. Fiquei muito feliz pois sempre fazemos um ato social que beneficie a quem precise e este ano eu não havia conseguido tempo em meio a organização, posso dizer que você me deu isto de presente, essa sensação boa de poder ter ajudado.

Tivemos muitos problemas com as atrações mas creio que não atrapalhou. O show das motos não foi possível por causa da moto do amigo Bruno que fundiu mas também o local que havíamos reservado não estava mais propício por causa da chuva do dia anterior, visto que era um local com piso de terra. Nossa banda teve melhor sorte, conseguiu vir, até me confidenciaram que estavam desanimados pela formação ser recente, foi formada na hora, mas guris vocês se esforçaram ao máximo e isso é que importa. A Bad Medicine teve ainda abertura de seu show com os amigos Dentinho e Samuel ambos de Herval.

 Ainda teve o jantar de confraternização realizado em parceria com o bloco Bafo da Onça que estava muito saboroso. Fizemos também a entrega de troféus ao ar livre e nos admiramos por terem vindo amigos de tão longe como o Miotto de Teutônia, grande parceiro nosso, e os amigos do Paraná Renato e Alysson, fora a uruguaiada de Montevídeo, Canelones e Minas que sempre nos apóiam, até o Gabo, Eliel, Sebastián,  Silvano,  Capincho, Nego Né, Segóvia e o Didi estavam aqui conosco.  Cansados mas com muita empolgação fomos ainda para a Fielder para a Balada Motoqueira que foi um agito só. Performances, vídeos radicais e muitas danças sensuais, vimos e participamos por lá.  

Com isso acordei um pouquinho mais tarde no domingo mas não deixei de ir ajudar os amigos do moto grupo com o churrasco. Foi mais um dia feliz na minha vida, nas nossas vidas. A única tristeza foi ter que deixar os amigos irem embora um a um, assim como vieram. Gostaria de agradecer, além da presença de todos os visitantes, às pessoas que foram essenciais para a realização desta festa como o Prefeito Ildo Salaberry, o Secretário de Turismo Jorge, mais conhecido por aqui como Bita, por todo apoio que nos deram e também pelo belo trabalho de revitalização da piscina, que hoje está linda e era um sonho antigo, só peço perdão pela pia guris, acontece né. Um muito obrigado também a Rádio Herval FM e ao Jornal O Herval que nos apoiaram fortemente, a todos os patrocinadores, a quem doou a carne, aos companheiros de grupo Gelci, Enedir,  Róbito, Eduardo, Alexandra, Biduka e Sid. Ao Uélinson por ter vindo com seus amigos de bicicleta de Jaguarão. E a amiga Ivonete que realizou com tanto carinho o desfile das gatinhas. Peço perdão aos visitantes e a todos envolvidos se deixei a desejar, não era minha intenção. Em todos momentos pensei em cada um de vocês como em um único amigo. E você que veio e esteve sempre comigo, a quem entreguei este evento e minha vida em suas mãos, o qual sofreu com minhas dores e tristezas, saiba que por conta do que fiz a minha saúde não é mais a mesma, talvez eu não consiga mais ser tão intenso, te dedico, além do que disse antes, também estas linhas meu Senhor, meu Deus. Obrigado por ter protegido cada um de meus irmãos, pois não ouvi falar de acidente. Hoje sei que somos grãos de areia no infinito, mas em movimento e em busca de ti. Essa era a conversa que há muito queria ter contigo pra te dizer que em minha garupa sempre haverá um lugar pra ti. Para finalizar digo que o motociclismo não é baderna, ser motoqueiro não é ser marginal, amar a motocicleta é acordar, rodar e sentir o vento, é escolher dos caminhos a felicidade, estar com os amigos, respeitar e ser respeitado, almejar um horizonte e ter por objetivo a confraternização e mesmo que a chuva caia sorrir enquanto desfruta a estrada e a amizade e além disso tudo, saber é claro, que estamos Unidos pela Máquina.

Vandres/Japa Galeiro – Moto Grupo Unidos pela Máquina Herval-RS e Galeiros Brasil.

ÁLBUM DE FOTOS LINK:

http://www.inema.com.br/Albuns/0094207/