terça-feira, 6 de março de 2012

II Encontro do Cabiludo da Fronteira

Tenho um amigo galeiro chamado Michel, carinhosamente apelidado de Cabiludo. O conheci por meio de sua galo que na época apresentava problemas. Suspeitávamos que era com a gasolina mas na verdade era com as válvulas. A primeira vez que o vi pessoalmente foi no Moto Lagoa em São Lourenço do Sul há dois ou três anos atrás. Gente fina. Nas últimas semanas surgiu no fórum da 7galo um tópico que organizava um encontro que levava o seu codinome. Era o segundo ano que este evento ocorreria. Como nos nacionais, todos começaram as postagens ansiosos pelo grande dia. Inúmeras mensagens descontraídas foram trocadas neste período. E o Cabiludo só na logística do encontro. A promessa era de muita festa, almoço e um belo passeio no Chuí, com retorno pela famosa praia do Hermenegildo, que eu sonhava conhecer, finalizando com um delicioso churrascão de carne de ovelha à noite. Os galeiros faziam suas reservas nos Hotéis com bastante antecedência e, aos que não iriam ficar em Hotel, o Cabiludo reservava um excelente acampamento. Partiriam integrantes de várias regiões do Rio Grande do Sul como Novo Hamburgo, Campo Bom, Santa Cruz do Sul, Caxias, São Lourenço, Porto Alegre e ainda de outros Estados como Santa Catarina, Paraná e São Paulo. As últimas mensagens traziam as fotos com as motos preparadas e os que começavam sua jornada. O coração batia forte. Não poderia ir, tinha vários detalhes que me prendiam aqui e por isso a tristeza me consumia. Não deixei em nenhum momento de acompanhar cada postagem, cada linha... Mais confirmações de saída... Paulistas, Paranás e Catarinas se encaminhavam... E eu, aqui mais uma vez. Não postei uma única mensagem mas tinha todas as informações. Até que... Os detalhes já não me prendiam mais, começavam a se desfazer. E o desenho do que para mim seria como um nacional começou a se esboçar. Quando dei por mim já arrumava meus alforges, revisava a moto, organizava os mapas, pontos de abastecimento na esperança de um inesquecível passeio e da consolidação da amizade. Senti realmente a sensação que várias vezes descrevi nos nacionais, me beliscava sempre para ter certeza que era verdade. A meta: 400 kms. O Taim como cenário.
O amor pela galo e pela amizade como combustível. O coração batia mais forte. Ao contrário dos demais que começaram suas jornadas desde quinta-feira, saí pelas cinco e meia da manhã de sábado, era o tempo que dispunha. Depois de me certificar que a queda do acostamento em Curral Alto não prejudicaria a viagem, parti com um enorme sorriso no rosto e uma felicidade sem fim por todo o caminho. A CB rompia barreiras e engolia o asfalto, eu descuidado quase deixei faltar gasolina no Taim, nunca fiquei tão feliz de ver um posto na minha vida...





Cheguei às onze e meia da manhã depois de várias paradas estratégicas por conta do calor. Finalmente liguei para o Cabiludo e a reação foi a esperada, o coração parecia que sairia pela boca. Pena que tivemos uma falha de comunicação e não entendi que me esperariam para almoçar, pensei terem almoçado então decidi ir a um antigo desejo, que era conhecer a praia do Hermenegildo, pois sabia que o retorno do pessoal seria por lá e não queria atrapalhar o passeio de todos no Chuí, sendo o último que iria almoçar. Mesmo assim foi maravilhoso, passei à tarde na água molhando os pezinhos e fugindo das águas-vivas, hehe. O pessoal não chegava e eu só no sorvetinho à sombra, podia querer algo melhor? Podia. A praia parou e a sinfonia diabólica de várias galos tomou conta da praia, chegaram por volta das quatro da tarde, os meus olhos brilharam e explodi em alegria! Os galeiros tinham vindo me resgatar! Nem sentia mais meu coração... O primeiro abraço foi no Cabiludo e na Jana. Ali conhecia o memorável Véio Mussa(Caxias), o Ari(São Paulo), o Ricardo(Paraná) e também o Neto e o  Rocca(Porto Alegre) depois de aproximadamente uns sete anos conversando apenas virtualmente. Meu Deus, ainda não consigo acreditar. Depois de demonstrações aquáticas no mar retornamos a Santa Vitória do Palmar. Foi uma das cenas mais lindas que já vi, as galos todas reunidas pela estrada roncando alto, como nas fotos dos nacionais e como sempre sonhei conferir. A cbzona roncando forte, fazendo bonito entre as irmãs maiores, e testemunhando a minha alegria sem fim. Em Santa Vitória me perdi dos demais e botei um posto em polvorosa para me acudir. Achamos até um mapa e conseguimos encontrar o rumo do Q.G. do Cabiludo novamente.








Chegando lá a recepção foi calorosa pelos assadores, e um acampamento de primeira. Mais amizades iam se formando, conheci o Foca,  Nélio, Beto, Zima, o impagável Galo da Madrugada, o tiozinho dos Palmares, Inho, Veneno, conversei muito com o Fernando, que já tinha trocado uma letra no portal de entrada da cidade, também com um rapazinho de São Lourenço e seu co-piloto, que se não me engano se chamava Cilodino, se não for, ferrou, perdi a amizade. Me diverti muito com o Banri. Ainda estavam por lá conforme a listagem, o Bielinha, o Clã Piller, Paulinho, Braga, Felipe, Carvalho e Gonzales, Adriano, Marquinhos e mais os penetras de última hora como eu. Muitas histórias rolaram e o Cabiludo organizava tudo junto com a Jana, com o casal tiiisss(sogra e sogro) mais o Galo da madrugada(Márcio). Eu nunca vi acontecer tanta coisa junta num espaço tão curto de tempo. O rosto dava cãibras e a barriga doía de tanto rir das bobagens do Cabiludo e do Galo, e os discursos rolavam. O cheirinho da carne dava água na boca, o Ary e o Ricardo que o digam, como se diz aqui no sul, engraxaram os bigodes .  Parabéns aos assadores!





Entre muitos e muitos discursos inflamados eu e o Fernando nos escondíamos abdicando da palavra. Mas algo incrível aconteceu e eu que tanto tentava surpreender a todos quando cheguei sem avisar, fui surpreendido. O Ricardo tomou mais uma vez a palavra, depois de inúmeras vezes, e dedicou uma homenagem que me emocionou muito, me desconsertou completamente. Mostrou em doces e belas palavras o sentimento galeiro e me presenteou com a camiseta do evento que era algo que eu não poderia obter por não ter avisado com antecedência que ia ir pois só os presentes confirmados poderiam fazer o pedido. Era realmente algo distante para mim. Fiquei muito impressionado, pouquíssimas pessoas me fizeram isso, me lembro apenas do Romeu dos Pica-paus e também do Cromado com uma homenagem em igual tamanho. Ricardo tudo o que disseste ficou bem guardado aqui dentro do peito, és meu irmão de fé. O que fizeste por mim não tem preço. Obrigado irmãozinho. Assim se consolidou a minha alma galeira. Mas tudo tem um porém fiquei com o microfone nas mãos e aí quem me conhece sabe não tenho o dom da palavra e do improviso apenas sei fazer rabiscos... Falas infames, incoerentes, brancos, longas pausas dramáticas e piadas sem graça saíram de mim me perdoem, horrorizei a todos, hahaha! Algum sentimento a gente tem de despertar, nem que seja asco, né? Até tele-mensagem pro Galo da Madrugada que aniversariava teve. E ainda depois de 13 anos enrolando a pobre Renata a pediu em casamento na nossa frente. Sempre vi isso na TV nunca imaginaria num encontro de galeiros... Rapaz que encontro foi esse... Terminou com direito a bolinho e tudo o mais!! Mas tudo que é bom acaba e o cansaço ia chegando, os mais distantes retornando aos hotéis e nós acampados também íamos nos recolhendo. O chão da barraca era tão fofinho que nem precisei de colchão, coloquei a bandeira dos Unidos e dormi sonhando com os amigos. Acampamento incomparável, sem barulho ou conversas tudo no maior respeito. Quando acordei pus a cabeça para fora me belisquei mais uma vez pra ver se tudo aquilo era realmente verdade, uma grande festa, muitos amigos e todas as galos repousando em volta, era mesmo verdade. Depois de uma revisadinha na moto, barraca no chão e um gostoso cafezinho me despedi de todos e rumei novamente ao Herval, isso era por volta das sete de domingo. Retornando, encontrei a galera do Neto e do Rocca num posto do Taim, o Neto me deu algo que para mim tinha um grande significado: o galinho da bengala direita, o qual, só as galos registradas tem. Me senti mais um irmão galeiro, há muito almejava.  Ainda dei uma paradinha em Rio Grande para dar uns beijos em minha afilhada e no meu amor que também por lá se encontrava. A noitinha cheguei na querência, meu amado Herval e enchi a todos com minhas histórias de estarmos Unidos pela Máquina. Como podem ver me faltam palavras para agradecer toda a família cabiluda mais o Galo e todos que ajudaram a realizar esse grande sonho de encontrar pela primeira vez toda a galeada reunida. Isso tudo com patrocínio da Ferro Sul e Tríplice Auditoria!!! Hheee!!! Não esquecendo da Honda Santa Vitória é claro. Brincadeiras a parte, obrigado mais uma vez a todos vocês, meu peito fica cada vez mais pesado pois a cada km ele carrega mais amigos, podem ter certeza que todos vocês estão nele. Certa vez já comentei que as pessoas me perguntam: “Porquê Japa “Galeiro”? Eu respondo que não é só pela rainha 7galo, que aliás ainda não possuo, mas por homenagem minha a todos amantes da CBX750F e pelo orgulho de ter uma legião de amigos galeiros. Como diz em nosso fórum: “Livre para voar, livre para pensar, mas preso no asfalto. Avante Galeiros!” Cabiludo e Cabiluda o que levei de vocês podem ter certeza que hoje é uma eterna lembrança em meu quarto. Essa aventura, essa conquista foi realmente uma Santa Vitória...do Palmar.





Vandres/ Japa Galeiro – Unidos pela Máquina e Galeiros Brasil.

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